As altas taxas de criminalidade e a incontrolável bandidagem da Colômbia de duas décadas atrás forneceram o click para o então estudante de desenho industrial e têxtil Miguel Caballero: e se ele pesquisasse algum tipo de tecido que substituísse os pesados e desconfortáveis coletes à prova de balas, um tormento que milhares de colombianos se impunham apesar das altas temperaturas do país?
Pois ali começou o sucesso daquele que é hoje chamado de “o Armani da roupa blindada”. Caballero consegue fabricar casacos – até de peles, para mulheres –, roupas de motoqueiro, jalecos, blazers e mesmo camisas polo que suportam o impacto de tiros. Conforme a roupa, aguentam o tranco de uma Magnum calibre 45, garante ele (e mostram os vídeos e testemunhos postados no site de sua empresa).
Os materiais e fibras que ele utiliza são segredos industriais.
Com a notável diminuição da brutalidade criminosa obtida pela Colômbia em suas grandes cidades, a grande clientela de sua empresa passou a concentrar-se no México, imerso em virtual guerra civil entre o governo e os poderosos carteis de droga, que já resultou em 40 mil mortos nos últimos cinco anos. “As pessoas no México querem proteger-se cada vez mais”, diz Caballero. “Há milhares de automóveis blindados, muitos sequestros, altos níveis de criminalidade e o maior contingente de ricos do mundo”, exagera.
Exagero ou não, o fato é que Caballero – que também trabalha com blindagem tradicional, em veículos, coletes e apetrechos militares – ostenta uma luxuosa loja no bairro de Polanco, na Cidade do México, onde se aglomeram as grandes grifes internacionais, cujo movimento é tão grande que é necessário marcar hora para ser atendido. Os preços de suas roupas oscilam entre 500 e 5 mil dólares.
Ele estendeu seus negócios para outros países da América Latina, os Estados Unidos, a Europa, a África do Sul, a Índia e a China. E proclama que fazem parte de sua clientela o próprio presidente do México, Felipe Calderón, o ditador venezuelano Hugo Chávez (sempre roupas vermelhas), o rei Abdullah, da Jordânia, o ator de filmes-pancadaria norte-americano Steven Seagall e o ex-juiz de Direito espanhol Baltasar Garzón, que esteve durante anos na linha de frente da repressão aos terroristas bascos da organização ETA.
Bom conversador, Caballero não hesita em contar casos curiosos que viveu com sua empresa. Até a batina de um padre já chegou a blindar.
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Roupa à prova de balas? Fará, com certeza, sucesso no Brasil - assim como os carros blindados...
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