Iniciativa foi encerrada no fim de janeiro, carregando na bagagem campanhas como o Vacina Sim e mais de 960 dias de trabalho.
No fim de janeiro, após mais de 960 dias de trabalho, chegou ao fim o Consórcio de veículos de Imprensa, formado por g1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL. O projeto colaborativo foi criado em junho de 2020, durante um dos períodos mais críticos da pandemia da Covid-19.
Na época, havia uma série de divergências a respeito dos dados repassados pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia da Covid-19. Assim, em uma iniciativa inédita no Brasil, os veículos decidiram se unir em uma parceria para coletar nas secretarias estaduais de saúde os números de contaminados e mortos por Covid, além da quantidade de vacinados.
As informações eram divulgadas diariamente para alimentar os veículos participantes e outros conteúdos.
Em seus canais, os veículos participantes justificaram o fim do consórcio. Eles publicaram que, apesar de exigir atenção, a situação da pandemia é considerada controlada. E os dados reportados pelos governos estaduais e federal tem se mostrado confiáveis.
Ao longo dos mais de dois anos de atuação, o consórcio também foi responsável por viabilizar a campanha “Vacina Sim”. A ação pretendia ajudar a conscientizar as pessoas sobre a importância da vacinação no enfrentamento da pandemia.
Presidente executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), integrante do Conselho Editorial do Grupo RBS e jornalista, Marcelo Rech, faz um balanço positivo da iniciativa. “Isso foi um aviso, um alerta muito importante às tentações de governos de querer escamotear a verdade. O consórcio foi formado num momento em que o governo tentou mudar a forma de divulgação dos números. Foi um alerta dos veículos. Se vocês mudarem, nós vamos continuar divulgando a partir de outras formas”, conta.
“E isso fez até o governo, de certa forma, retroceder. É um exemplo de jornalismo e da importância da imprensa. Agora, em que já não há nenhum indício de que há uma tentativa de ocultar dados e a própria pandemia reduziu a intensidade, perde a razão de ser. Mas o fato de ter de estarmos sempre alertas a tentativas de manipulação é extremamente saudável”, opina Rech.
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