Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O MASSACRE DO MINEIRÃO: Derrota humilhante para a Alemanha decreta o sepultamento de vários mitos — começando pelo da “Família Scolari”

O zagueiro e capitão temporário David Luiz não se controla após a derrota (Foto: Ivan Pacheco/Veja.com)

O zagueiro e capitão David Luiz chorando, no chão, após a derrota: massacre do Mineirão decreta fim de muitos mitos  (Foto: Ivan Pacheco/Veja.com)

O massacre humilhante sofrido pela Seleção Brasileira hoje, com o Mineirão superlotado, diante de uma Alemanha jogando um grande futebol, já está sendo debatido e analisado, e assim continuará por muito tempo — seguramente, anos a fio.

Como modestíssima contribuição para essa grande discussão, e sem a mais remota pretensão de abranger a amplitude que o tema requer, registro aqui o que me parecem alguns dos muitos mitos que a partida sepultou.

Vamos lá:

* Família Scolari: o mito de que “fechar o grupo” e criar uma “família” – chame-se ela Scolari ou de outro tipo – substitui o bom futebol.

O bom ambiente, a solidariedade e outros bons fluidos dentro do grupo são importantíssimos, mas não levam a lugar algum sem jogadores com boa capacidade técnica e bom preparo físico, bem treinados e atuando dentro de um sistema tático definido, com variáveis igualmente definidas conforme o adversário.

Felipão, que tem seus méritos e uma história a ser respeitada, motrou-se um técnico desatualizado e sem criatividade tática. A presença a seu lado do experiente e vitorioso Carlos Alberto Parreira de nada adiantou.

O fato de quase todos os 23 jogadores atuarem em grandes clubes dos principais centros de futebol do mundo não foi suficiente para a Seleção adquirir padrão de jogo e um mínimo de eficiência.

* “Cintura dura”: o mito de que os jogadores alemães e de outros países não latino-

O alemão Kroos comemora um de seus gols (Foto: Felipe Dana/Associated Press)

O alemão Kroos comemora com Klose o segundo de seus dois gols: o mito da “cintura dura” dos alemães foi para o espaço — e os “louros dos olhos azuis” que Lula tanto detesta deram um show de bola  (Foto: Felipe Dana/Associated Press)

americanos em geral são “cintura dura”, só sabem levar adiante “futebol-força” e não têm a ginga e a malemolência necessárias para encantar, e de que os brasileiros, por uma espécie de dom divino, disporiam como ninguém.

No final das contas, os “louros de olhos azuis” que Lula tanto odeia deram um show de bola na “Família Scolari”, com direito a dribles espetaculares, passes excelentes, bolas de calcanhar e tudo a que grandes craques têm direito.

* Seleção estatizada: o mito de que a forma de ir adiante em competições, inclusive a Copa do Mundo, é “estatizar” a Seleção – hospedá-la em hotéis que parecem fortalezas, fazê-la atravessar cidades com o trânsito interrompido e em ônibus com batedores de motocicleta, manter e ostentar o permanente ar soleníssimo de que está se lidando com líderes mundiais.

Os holandeses nos últimos dias se hospedaram no Rio num hotel frente ao mar, saíam à noite com mulheres ou namoradas e filhos, para ver shows e ir a restaurantes – andando pela calçada, sem guardas armados, sem banda de música. Os alemães instalaram-se no litoral baiano com a informalidade de quem estavam em férias.

* Copa das Confederações: O mito de que a Seleção vai atuar tão bem na Copa do Mundo seguinte quanto jogou na mais recente Copa das Confederações. O Brasil venceu a Copa das Confederações de 2005, na Alemanha, e dançou na Copa do Mundo de

(Foto: Pedro Kirilos/Agência O Globo)

Felipão e seus comandados, após a derrota: só formar uma “família” não substitui o futebol pra valer, bem treinado e bem jogado (Foto: Pedro Kirilos/Agência O Globo)

2006; arrebatou a de 2009, na África do Sul, e foi eliminado da Copa de 2010; e venceu a do ano passado – com a histórica final de 3 a 0 nos espanhóis, campeões do mundo –, deitou-se em berço esplêndido, achando que estava tudo resolvido, e terminou a Copa de 2014 da forma vexaminosa que sabemos.

* Zagalo e o 13: – o mito de que o ex-técnico dá sorte. Para mim, ele é um chato de galochas com um gigantesco complexo de vira-latas que o obriga a apregoar 24 horas por dia os próprios méritos e vitórias.

A Globo trouxe Zagalo para suas telas para bradar, com a voz esganiçada de sempre, os méritos invencíveis da “amarelinha”, como diz, e deu no que deu.

* Nós somos os bons: o mito de que o jogador brasileiro é o melhor do mundo.

http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/

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