Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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'O Pão de Açúcar era um negócio medíocre', diz presidente do Casino

 Divulgação

Jean-Charles Naouri, o presidente do Grupo Casino

 

 

O presidente do Grupo Casino, Jean-Charles Naouri, que ainda não havia concedido entrevistas sobre a possível fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour decidiu dar a sua versão dos fatos. Falando aos principais jornais do país, Naouri não poupou Abílio Diniz. "Em 1999, quando o Brasil ainda não era o que é hoje e o Grupo Pão de Açúcar era um negócio medíocre, que saía de uma quase falência. Quando Diniz procurou no mundo inteiro investidores, eu fui aquele que aceitou", disse Naouri ao jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o francês, a fusão com o Carrefour é um erro. "Ela é baseada em dois erros estratégicos. O primeiro: vai reforçar o peso dos hipermercados em detrimento das pequenas lojas, que é o formato do futuro. O segundo: o GPA investiria no Carrefour, muito focado na Europa Ocidental, onde há países sem crescimento", afirmou em entrevista ao O Globo.

Naouri fala ainda que a proposta de Diniz é uma expropriação. "Nesse negócio, não podemos inverter os papéis entre o agressor e o agredido. Somos vítimas não fizemos nada", afirmou ao jornal Valor Econômico.

Sobre o encontro com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na segunda-feira, Naouri disse que não chegou a pedir que o banco de fomento não participe do negócio. Mas disse que citou o investimento de US$ 2 bilhões no GPA em 1999 e 2005. E citou a Carta ao Povo Brasileiro do presidente Lula, que falava do respeito aos contratos. "Falei também que o projeto do senhor Abílio Diniz era baseado numa violação de contrato".

Naouri mostrou ainda que dificilmente desistirá de assumir o controle do grupo. "Abílio queria que tudo continuasse na situação atual. Eu disse que isso era difícil depois de ter investido US$ 2 bilhões, ter esperado três anos e ter pago duas vezes o prêmio de controle", disse à Folha de S.Paulo.

Segundo o presidente do Casino, as investidas de Diniz para continuar no controle do negócio são recentes. Segundo ele, há dois anos, Diniz disse que gostaria de renegociar o acordo. "Ele indicou, sem ser muito preciso, que era uma questão de "face saving" (manutenção de imagem), que gostaria de manter o seu status, a posição elevada que havia conquistado no Brasil". 

Além do encontro no BNDES, Naouri tentou conseguir audiência com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estava no exterior. De Londres, o ministro afirmou que esta não é uma questão de governo e disse que o BNDES tem autonomia para decidir se participa do negócio. O grupo Casino enxerga nas declarações de Mantega e na resposta de Coutinho - praticamente uma reafirmação dos últimos comunicados do banco - uma animadora mudança de postura do governo.

A respeito da fusão com o Carrefour, o Casino ainda não se pronunciou oficialmente. Mas segundo Naouri, "eles ainda não formularam a proposta. O local adequado é o Conselho de Administração"

 

FONTE: Época NEGÓCIOS Online

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Comentário de Z em 7 julho 2011 às 0:17

Só estão fazendo comentários sobre a pretensa compra do Carrefour pelo grupo Pão de Açúcar.

Estão omitindo a 'briga de cachorro grande' entre o Pão de Açúcar e o Walmart pelo controle do Carrefour. Se não fosse interessante o Walmart já teria jogado a toalha!.

É essa a questão; alavancar o potencial de mercado adquirindo o controle de uma rede muito expressiva. E a participação do BNDS visa dar cacife ao Pão de Açúcar, uma empresa cuja maior parte do capital é nacional, em detrimento do capital americano do Walmart.

Em termos empresariais, não há almoço de graça! Quem faz compras no Walmart, assim como eu faço, e consegue enxergar um pouco além das prateleiras, sabe qual é a filosofia da rede. E essa filosofia de mercado não me apetece. Mas não cabe aqui uma explanação sobre meu ponto de vista mas sim esclarecer que os objetivos da aquisição do Carrefour faz parte de controle de mercado, e nisso, ser um pouco nacionalista não é nada mau.

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