Por: Leandro Narloch
“O PT está do lado dos pobres”
A Operação Lava Jato salvou os brasileiros da maior armadilha das democracias: a associação entre políticos e grandes empresas. É um esquema difícil de quebrar porque se retroalimenta. Empresas, interessadas em privilégios, oferecem dinheiro a políticos e burocratas; políticos e burocratas, interessados em dinheiro, oferecem privilégios. O PT, que nos anos 1990 prometia acabar com essas relações escusas, deu ao esquema uma sofisticação nunca antes vista na história deste país. Descobrimos durante o ano que homens entre os mais ricos do Brasil eram parceiros de falcatruas (e, às vezes, amigos do peito) de líderes do PT. Ter amigos ricos não é problema – ruim é favorecê-los em prejuízo da população.
“Grandes empresas querem menos Estado”
O que empresários estabelecidos mais desejam é uma ajudinha do governo que os privilegie e mantenha concorrentes fora do páreo. O capitalismo de Estado é o paraíso da maioria das grandes empresas; a livre concorrência é o inferno. Houve muitos exemplos disso em 2015: as cooperativas de táxi contra o Uber, a pressão das operadoras de celular contra o WhatsApp, a farra das empreiteiras com a Petrobras.
“Para baixar a inflação, basta elevar os juros”
Antes parecia fácil: se a inflação sobe, eleva-se os juros, e aos poucos os preços se acalmam. Este ano aprendemos uma expressão nova: dominância fiscal. Se as contas públicas estiverem desarrumadas demais, não há taxa de juros alta o suficiente para acalmar os preços. Começamos o ano com a Selic em 12%, terminaremos rumo aos 15%, mas a inflação custa a cair. O IPCA de novembro foi de 1%, o dobro do índice de novembro de 2014.
“Pior que tá não fica”
Fica sim, caro deputado Tiririca. Ô, se fica.
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