Certa vez, uma irmã da igreja, que depois de se batizar optou por não usar calças, mas apenas saias, perguntou-me o que eu pensava sobre o assunto. Fã de calças como era, defendi-as usando todos os argumentos que para mim pareciam satisfatórios. Disse-lhe que se optássemos por usar calças decentes, não havia problema algum. Disse também que os conselhos do Espírito de Profecia indicam como melhor vestimenta a saia, porque na época em que foram escritos as mulheres não usavam calças, mas que hoje as coisas mudaram e que as atividades que as mulheres desempenham exigem essa forma de vestir. Falei tudo isso com muita convicção, mas tinha como base para esse pensamento apenas o “eu acho”. Não é de admirar que a irmã não ficou satisfeita com a minha resposta e continuou rejeitando o uso de calças!
Por outro lado, eu fiquei com “a pulga atrás da orelha”. Apesar de ainda estar convicta de que o uso de calças para a mulher moderna não era uma questão para se preocupar, senti a necessidade de embasar minha opinião em outro fundamento do que apenas o “eu acho”. Assim, depois de um tempo sendo incomodada pelo Espírito Santo, decidi estudar o tema à luz da Bíblia, do Espírito de Profecia e da história do vestuário.
No Espírito de Profecia encontrei diversos conselhos relacionados à vestimenta da mulher, incluindo conselhos sobre a modéstia, decência, asseio, harmonia, boa qualidade, durabilidade, bom gosto, saúde e economia. Entre esses conselhos, porém, encontrei uma citação muito interessante:
“Seria agradável a Deus se houvesse mais uniformidade no vestuário entre os crentes. [...] Se Deus deu direções assim definidas ao Seu povo da antiguidade, acerca de seu vestuário, não tomará Ele conhecimento do vestuário de Seu povo na atualidade? Não deveria haver em seu vestuário uma diferenciação do vestuário do mundo? Não deveria o povo de Deus, que é Seu tesouro peculiar, procurar mesmo no vestuário glorificar a Deus? [...] Uma maior uniformidade de vestuário seria agradável a Deus” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 473-475).
Imediatamente comecei a analisar em que o meu vestuário se diferenciava do vestuário do mundo e, sinceramente, não encontrei nada. Apesar de nunca ter usado decotes, saias ou calças agarradas, não havia nada em minha forma de vestir que me diferenciasse de tantas outras pessoas não cristãs decentes que andam pelas ruas. Fiquei pensando também na questão da uniformidade ressaltada no texto. Lembrei-me de fiéis de algumas denominações que se distinguem pela vestimenta e que de longe são reconhecidos. Para ser bem sincera, sempre tive preconceito da forma de vestir desses irmãos e achava que isso não era necessário… mas outra vez percebi que minha opinião estava baseada no “eu acho”. Continuei a pesquisa e me deparei com outra citação ainda mais interessante:
“Designava Deus que houvesse clara distinção entre o vestuário do homem e da mulher, e considerou a questão de bastante importância para dar direções explícitas a esse respeito; pois se ambos os sexos usassem o mesmo vestuário isto causaria confusão, e grande aumento de crime” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 477-478).
Será que hoje há clara distinção entre o vestuário masculino e feminino? Lembre-se: “clara distinção” não se resolve com meros detalhes de estampa, recortes ou cores. Além disso, note que, de acordo com o texto, a questão envolve muito mais do que apenas calças x saias, mas também todas as peças do vestuário. Será que as peças comumente usadas hoje apresentam clara distinção entre os sexos?
“Há uma crescente tendência de as mulheres usarem vestuário e adotarem aparência mais semelhantes aos do sexo oposto e escolherem seus trajes bem parecidos com os dos homens. Mas Deus declara que isso é abominação. ‘Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia’ (1 Timóteo 2:9)” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 457).
A essa altura de meu estudo, fiquei profundamente incomodada com a ideia de que aquela a irmã afinal estivesse certa a respeito de sua maneira de vestir. Mesmo assim, pela dureza do meu coração, decidi estudar a história do vestuário antes de tomar uma decisão. Uma amiga indicou dois artigos em inglês sobre o tema (um deles, Feminism or Femininity, escrito por uma jovem chamada Lacey Brinley, foi parcialmente traduzido abaixo) e outra me enviou um estudo que fez sobre o assunto. O que descobri foi no mínimo surpreendente:
Em 1852, Elizabeth Smith Miller, defensora e apoiadora financeira do movimento feminista, finalmente decidiu colocar um basta em seu descontentamento quanto ao vestuário feminino de sua época. Para ela, aquela maneira de vestir era mais um símbolo da diferença entre o homem e a mulher. Assim, decidiu que não usaria mais aquele vestido, mas “calças turcas” – calças compridas até a altura do tornozelo – com um vestido curto que terminava um pouco abaixo dos joelhos. Ao visitar a prima, Candy Stanton, foi apresenta à sua amiga, Amelia Bloomer. As duas ficaram maravilhadas com o estilo revolucionário de Elizabeth e imediatamente adotaram o modelo. Amelia publicou em um jornal o novo vestuário e à partir daí o traje ficou popularmente conhecido como “bloomer”, em homenagem a Amelia. Em pouco tempo outras mulheres adotaram o novo estilo também e passaram a usar calças. No entanto, nem todos aprovaram a nova proposta de vestuário. Uma contemporânea dessas mulheres descreveu o novo modelo e seus efeitos com as seguintes palavras:
“Há ainda outra moda de vestido que é adotado por uma classe de pessoas chamadas reformadoras do vestuário. Imitam o sexo oposto, o mais possível. Usam casquete, calças, colete, casaco e botas, sendo esta a peça mais sensata do traje. Os que adotam e defendem esta moda, estão levando a chamada reforma do vestuário a extremos muito objetáveis. Confusão será o resultado. [...] Nessa moda de vestuário foi invertida a ordem de Deus, e desrespeitadas Suas direções especiais. Deuteronômio 22:5: ‘A mulher não usará roupa de homem, nem o homem veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais coisas é abominável ao Senhor, teu Deus.’ Esta moda de vestuário Deus não deseja que Seu povo adote. [...] Paulo pronunciaria uma repreensão, fosse ele vivo hoje, se contemplasse mulheres que professam piedade usando esta moda de vestuário” (Ellen White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 477-478).
“A suposta reforma do vestuário é acompanhada de um espírito frívolo e audacioso. A modéstia e o recato parecem ter-se afastado de muitos que adotam esse estilo de vestuário. Foi-me mostrado que Deus requer que adotemos uma conduta coerente e explicável. Se as irmãs adotarem hoje o traje americano, anularão a própria influência e a de seus maridos” (Ellen White, Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 422).
“Deus não deseja que Seu povo adote essa pretensa reforma de vestuário. Trata-se de um vestuário ousado, completamente inadequado às modestas e humildes seguidoras de Cristo” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 457).
Declarações fortes, não? O interessante é que o traje americano, ou traje bloomer, era muito mais decente e feminino do que o vestuário atual e, mesmo assim, foi reprovado pela mensageira de Deus. Mas por que esse traje foi reprovado?
“Parte da reposta, talvez se encontre no fato de que as responsáveis por iniciar a moda – Elizabeth Miller, Candy Stanton e Amelia Bloomer – como também a maioria das mulheres que a adotou, eram feministas. Paremos por um instante e façamos a pergunta: ‘O que significa ser feminista?’ Feminista é alguém que crê que as diferenças políticas, sociais ou econômicas entre o homem e a mulher estão erradas. O movimento feminista nos Estados Unidos começou com mulheres como a Srta. Miller e suas amigas, que tentaram acabar com tais diferenças. Elas não criam que o homem e a mulher podem ter papéis diferentes e ainda assim possuírem igual valor. A Srta. Stanton até mesmo ousou criar The Women’s Bible [A Bíblia da Mulher], uma versão da Bíblia em que os comentaristas tentam justificar os textos que apresentam as diferenças entre o homem e a mulher. Ela escreveu:
‘Não creio que homem algum jamais viu ou conversou com Deus, não creio que Deus inspirou o código mosaico, ou revelou aos historiadores o que eles relatam que Ele fez com relação à mulher, pois todas as religiões da face da Terra a degradam, e enquanto as mulheres aceitarem a posição a ela designada, sua emancipação será impossível… A lei canônica, as Escrituras, os credos e os códigos e a disciplina da igrejas predominantes carregam a imagem do homem falível…’ (Elizabeth Cady Stanton, The Woman’s Bible, part 1, p. 12-13).
“Além de desafiar a ordem de Deus expressa em Sua Palavra, o movimento feminista possui fortes laços com o espiritismo. A Srta. Stanton, juntamente com outras líderes feministas, tinham forte interesse pelo mundo espírita. Na verdade, na ocasião em que ela ajudou a redigir a ‘Declaração dos Direitos e Opiniões’ feministas, espíritos começaram a bater na mesa.
“O movimento feminista também foi utilizado para ajudar estabelecer o Marxismo. Em uma carta escrita em 1868, o próprio Karl Marx afirmou: ‘Grandes transformações sociais são impossíveis sem uma fermentação entre as mulheres.’ O movimento feminista proveu essa fermentação – uma agitação de descontentamento que enfraqueceria a estrutura cristã da sociedade. Os seguidores de Marx apontaram que ‘a questão da mulher’ sempre desempenhou um papel importante na obra revolucionária [exemplos de tais declarações podem ser econtrados em www.marxist.com por Ana Munõz e Alan Woods].
“Isso é feminismo. Essas foram as primeiras mulheres norte-americanas a usarem calças” (Lacey Brinley, Feminism or Femininity).
E o que o Espírito de Profecia tem a dizer sobre o movimento feminista?
“Os que se sentem convocados a unir-se ao movimento em prol dos direitos da mulher e da suposta reforma do vestuário, podiam romper toda ligação com a mensagem do terceiro anjo. O espírito que acompanha um movimento não pode estar em harmonia com o outro. As Escrituras são claras a respeito dos procedimentos e direitos dos homens e mulheres” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 457).
Elizabeth Miller, Candy Staton e Amelia Bloomer com o tempo desistiram de seu novo visual devido às gozações do público em geral, que a princípio não aprovou o estilo proposto por elas, mas não deixaram de tentar suprimir as distinções entre o homem e a mulher. Apesar de as pioneiras no uso de calças terem desistido de usá-las, a ideia não morreu e as mulheres passaram a usar esse vestuário para realizar atividades específicas, como o ciclismo. Em 1960, na segunda onda do feminismo, criou-se o vestuário unissex e as calças se tornaram um símbolo da rebelião feminina e sua nova função – não mais a auxiliadora e aquela que completa o homem, mas sua adversária e concorrente.
Ao final desse breve estudo da história, deparei-me com uma decisão a ser feita, uma decisão bem difícil, afinal, mexer no guarda-roupa e no visual não é fácil para nenhuma mulher. No entanto, os textos do Espírito de Profecia e a história resumidamente descrita acima foram suficientes para me convencer de que uma mudança precisava ocorrer em minha forma de vestir. Talvez, você sinta a necessidade de mais embasamento para uma decisão assim. Material não falta. Convido-a a fazer sua própria pesquisa, seu próprio estudo, e pedir a direção do Espírito Santo. Tenho certeza de que Deus lhe mostrará a coisa certa a fazer. Insistir, porém, em fundamentar nossas opiniões no simples “eu acho” ou no senso comum é muito perigoso. Nossas decisões devem fundamentar-se sempre em um “assim diz o Senhor”.
Há quase dois anos meu guarda-roupa passou por uma completa transformação. A princípio precisei “me virar” com as poucas peças que foram aprovadas segundo o novo conceito de modéstia que adquiri. Pouco a pouco novas peças foram sendo acrescentadas. Pensei que fosse demorar para acostumar com o novo visual, mas me enganei. O Senhor é tão bondoso que me ajudou a gostar do estilo de vestuário que Ele designou. Descobri que o Espírito Santo é um excelente consultor de moda cristã! O engraçado é que depois que passei a me vestir dessa forma, percebi que comecei a me vestir melhor e a me sentir mais feminina.
Além disso, fiquei surpresa ao ver como esse novo vestuário abre oportunidades para testemunhar entre cristãos de outras denominações, especialmente os que valorizam a modéstia cristã, e os não cristãos. Outra dia, ao deixar o carro em um estacionamento no centro da cidade, o dono do estacionamento abordou meu esposo e eu perguntando: “Vocês são cristãos, não são? De que igreja vocês são?” A partir daí tivemos a oportunidade falar de temas religiosos com esse senhor, que não apenas é cristão, mas pastor de uma denominação, e encerramos a conversa dando de presente para ele um exemplar de o Grande Conflito. Ao entregar-lhe o livro, ele ficou surpreso e emocionado. Disse: “Vocês não acreditam, mas faz anos que estou atrás desse livro e não sabia onde encontrar. Um conhecido disse que quando leu esse livro sua vida foi transformada. Infelizmente, ele não tinha mais o livro com ele e eu fiquei curioso para lê-lo. Esse presente que vocês estão nos dando é de Deus, não tenho dúvida!” Curiosa, perguntei para ele como sabia que éramos cristãos sem nem mesmo nos conhecer. Ele respondeu: “Quem é de Cristo a gente conhece de longe. Tudo é diferente. O modo de vestir, de agir, de falar….” Esse senhor é de uma denominação que valoriza a modéstia cristã. Se eu estivesse usando calças, será que me daria ouvidos? Essa foi apenas uma das muitas oportunidades de testemunho que tive depois da mudança do guarda-roupa.
Se como eu no passado você pensa que esse estilo de vestimenta é brega e enfeia a mulher, digo que você pode estar completamente enganada. Realmente há maus exemplos de desleixo e falta de bom gosto, mas você e eu não precisamos e não devemos ser assim. A seguir, fotografamos algumas amigas que adotaram esse estilo de vestuário também. Estas não são as únicas opções. Existem inúmeras! É possível fazer a vontade de Deus hoje e ainda continuar desempenhando nosso papel com feminilidade.
Para finalizar, uma última citação para a nossa reflexão:
“Do mesmo modo [falando a respeito das vestes sacerdotais do antigo Israel] as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois que lhes compete representar a Cristo em tudo. O nosso exterior deve caracterizar-se em todos os aspectos pelo asseio, modéstia e pureza” (Mensagens aos Jovens, p. 358).
Fonte:|http://www.tudoparavegetarianos.com.br/colunas/karina-deana/o-vestu...
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Sr. Vicente, voce acha que as mulheres devem ir as igrejas ou templos de qualquer religião de mini saia, shorts ou vestidos curtos e decotados e os homens de bermudas e camisetas?
olha quer saber mais
estas fotos são as coisas mais horriveis que já vi
olha
você fez uma pesquisa !
você lê um livro e acha que tudo esta lá !
não com relação a vestimenta é provavel que você como outros
também muito tendenciosos , levem a dizer que saia é diferente da calça
masculina - ok
mentira , nunca existiu isto , e não tente , levar estas bobagens adiante.
o certo é a mulher usar calça . sim na época em que foi escrito o livro
que você citou os homens usavam o que? saia ou você esqueceu disso
na época , os romanos , os fariseus e outros povos usavam vestimenta
mais parecida com saia .
e as mulheres ?
você sabe o que usavam!
não você é uma pessoa desprovida de conhecimento principalmente
de moda , seje antiga ou moderna.
não vá buscar em livros , o que todo o mundo já conhece .
na ocasião até os mouros , povo habitante da peninsula iberica
, mais precisamente no marrocos até a babilonia , onde hoje
é o iraque e irã , usavam os homens vestimentas mais para saias
do que para calças , o que na e´poca não existia , o jeans.
olha eu sou fabricante de roupas e conheço modelagem , corte,
e hiostoria, não precisa vir com bobagens para vender seu peixe.
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