Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Obama perdido na história e os americanos, na geografia

Onde fica Benghazi?

Temos três assuntos escandalosos na praça política americana: a marcação discriminatória pelo Fisco de grupos conservadores, a quebra do sigilo telefônico pelo ministério da Justiça de jornalistas da agência de notícias AP, num caso de vazamento de informações sobre terrorismo, e a atuação do governo Obama na tragédia de Benghazi, que resultou na morte do embaixador na Líbia e mais três pessoas na missão diplomática dos EUA na cidade, num ato de terror islâmico em 11 de setembro do ano passado.

A opinião pública americana não tem maiores dificuldades para entender a primeira história sobre uma agência antipática por natureza, que vive de arrecadar impostos. E neste caso, até o presidente Obama se diz escandalizado com o escândalo. Dá para explicar a história em uma frase. A mesma coisa com a quebra do sigilo telefônico de jornalistas fazendo o seu trabalho. Ambos os casos fazem justiça às acusações de um governo abusivo.

Ironicamente, além de abuso, temos também uma Casa Branca inoperante, que não controla desmandos de escalões inferiores, e incompetente pela lentidão de sua resposta. Sem uma rápida faxina operacional (cabeças precisam rolar) e de relações públicas, Obama vai sofrer precocemente a maldição do segundo mandato. Com tantas mancadas, será um “pato manco” antes da hora. Aliás, precoces são também os paralelos nixonianos nestas controvérsias.

Já a terceira história (Benghazi) exige muitos parágrafos, é enrolada e se perde em labirintos semânticos sobre o que autoridades disseram a respeito do incidente. Exige até mapa (como vamos esclarecer abaixo). Basta ver que minha coluna Benghazi de segunda-feira, não “rendeu” a fuzilaria habitual de comentários, mesmo com um tema marcado por expressões que geram orgasmos palpiteiros, como Primavera Árabe e Obama.

Assunto, portanto, brochante e por várias razões. Serve para exibir a ignorância geográfica dos americanos neste assunto geopolítico. Na pesquisa, 39% das pessoas que consideram Benghazi o maior escândalo da história americana não conseguem encontrar a cidade no mapa. Estes geopolitiqueiros indignados com a resposta do governo Obama ao ataque não sabem que o local da tragédia fica na Líbia.

Nesta pesquisa da firma Public Policy Polling (PPP), no total, 23% dos entrevistados disseram que Benghazi é o pior escândalo da história americana. Como era de esperar, republicanos estão especialmente indignados. Para 41% deles, Benghazi é mais grave do que Watergate (por  uma margem de 74 a 21) ou Irã-Contras (70 a 20). Esta é a opinião de 10% dos democratas e de 20% dos eleitores independentes. Não sabemos se estes palpiteiros sabem exatamente o que foram estes outros dois escândalos. E caso você tenha dúvidas, dê uma passada no centro de pesquisas Google.

Mas aqui esta o ponto curioso nesta pesquisa PPP: entre os consultados, os eleitores democratas são os mais ignorantes sobre a localização geográfica de Benghazi. Quanto mais conservador o consultado, mais certeiro na resposta. Conservadores são bem informados sobre Benghazi, pois são obcecados com o assunto. Eles têm orgasmos políticos, estimulados por políticos republicano a imprensa do setor, capitaneada pela Fox News.

Além da ignorância geográfica, Benghazi sempre foi uma história enrolada. Mais fácil mapear as outras duas controvérsias, que tiram ainda mais o foco da agenda de Obama no segundo mandato, já murchada no ambiente de hiperpartidarismo em Washington, e têm o potencial de revigorar um Partido Republicano brochado.

http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/

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