Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Operadoras criam opções para atender os pequenos

Fonte:|valor online|
Ediane Tiago, para o Valor, de São Paulo


Em tempos bicudos, os operadores logísticos trabalham na criação de bases para a retomada do comércio exterior. A bola da vez está no mercado de pequenas e médias empresas. A estratégia é reforçar os laços com os negócios de menor porte, dar apoio consultivo às operações de importação e exportação e oferecer condições diferenciadas. Entre os principais ganhos para os empresários brasileiros está a possibilidade de terceirizar toda a operação logística, incluindo a burocracia, para os parceiros de negócios. "Nossa equipe cuida do desembaraço na alfândega. O cliente reduz o tempo de entrega ou de recebimento do produto e ganha competitividade no mercado", afirma Juliana Vasconcelos, diretora de marketing da DHL Express.

A DHL lançou um serviço aduaneiro porta a porta, mantém equipe com 20 consultores capazes de orientar todo o processo de importação e exportação, da origem até o destino, sem o envolvimento de terceiros na operação. "Uma das vantagens é a previsão do valor da remessa. Está tudo incluso no frete e o empresário sabe exatamente quanto vai custar a operação, sem valores adicionais para serviços de despacho", explica.

A intensificação no atendimento a empresas de menor porte é uma estratégia anticíclica das empresas de logística. De acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras registradas entre janeiro de 2009 e a terceira semana de julho tiveram queda média de 22,7% no volume exportado por dia útil, quando comparadas às operações realizadas no mesmo período de 2008. As importações também foram impactadas, com queda de 29,6%. Como resultado, a Infraero registrou queda de 36% no volume de cargas importadas e de 30% nas exportadas.

Além de fidelizar clientes e de ampliar as possibilidades de negócios, os serviços oferecidos pela DHL e suas concorrentes são aliados importantes para quem pretende explorar oportunidades no mercado global. Apesar da queda na demanda internacional, quem se aventurou na seara das exportações, antes do estouro da crise, tenta manter os clientes para não ver os esforços empreendidos em promoção escorrerem pelo ralo.

Nas importações, existem bons negócios para quem tem dinheiro em mãos e quer aproveitar as expectativas de retomada do mercado interno para expandir e modernizar a empresa. "É difícil para uma companhia de menor porte manter uma equipe focada no comércio exterior. Criamos mecanismos para atender este filão e, ao mesmo tempo, informá-lo sobre as condições para atuar no mercado global", afirma Jane Nunes, gerente de vendas para a América Latina da Fedex.

A empresa iniciou em 2005 no Brasil o programa Pymex, iniciativa que facilita o acesso de pequenas e médias empresas na América Latina e Caribe ao mercado global. O pacote compreende a oferta de seminários, consultoria especializada, desenvolvimento de embalagens, descontos que podem chegar a 40% no frete e acompanhamento da carga via internet. "Com mais informação, o empresário pode escapar de verdadeiras roubadas na hora de importar ou exportar. A falta de conhecimento sobre regras para envio de produtos pode culminar na perda da mercadoria", avisa Jane, lembrando que a falta de informação também pode inviabilizar a retirada de produtos na alfândega brasileira.

"Algumas taxas de impostos e serviços de despacho acrescem o preço da mercadoria, tornando-a um peso para o importador."

Juliana, da DHL Express, lembra que as mudanças constantes nas regras alfandegárias, que incluem a intensificação de barreiras em tempos de crise, são dificuldades com as quais as empresas precisam lidar. "Nem sempre os empresários estão preparados para cuidar disso."

Outra facilidade, segundo ela, está no rastreamento das remessas internacionais. "O cliente acompanha em tempo real a mercadoria. Sabe o que tem para receber e se há documentos para providenciar. Na importação, possui o detalhamento da entrega do que exportou, sendo mais eficiente no atendimento ao cliente."

Nas exportações até US$ 50 mil, a Fedex prepara toda a documentação de exportação para os clientes, faz a liberação da carga e é capaz de entregar o pedido na porta do importador, em seu país de destino. "Basta solicitar a coleta pela internet, que nos responsabilizamos por todos os processos. O cliente cuida apenas da cobrança", explica Jane.

Nas importações até US$ 3 mil, o desembaraço alfandegário também é automático. "Para volumes maiores, o cliente pode optar pelos profissionais da Fedex ou contratar um despachante próprio", afirma ela.

A estratégia de atendimento focado em pequenas e médias trouxe frutos promissores para a UPS. A empresa viu a carteira de clientes do segmento crescer 7% na comparação entre 2007 e 2008 e, apesar do arrefecimento da demanda global, tem mantido as empresas conquistadas em sua base. Oferece atendimento diferenciado aos negócios de menor porte por meio de uma central de atendimento, que está preparada para estudar cada caso de importação ou exportação. "Nos primeiros três meses de contrato, acompanhamos o cliente de perto, dando a ele toda a assessoria necessária para iniciar suas operações de comércio exterior", afirma Kátia Tavares, gerente de marketing da UPS para o Mercosul.

Entre os diferenciais, emite certificado de origem para mercadorias do setor têxtil, desenvolve embalagens especiais em seus laboratórios e acompanha mercadorias que vão e voltam para o destino.

"O serviço é utilizado, por exemplo, por clientes que enviam amostras ao exterior. Enviamos a mercadoria, recolhemos e trazemos de volta em uma mesma tarifa de frete", comenta Kátia. Para importações até 70 quilogramas, o despacho é automático. Acima deste limite, a UPS também oferece despachante. "Para complementar o atendimento, lançamos em abril o serviço doméstico. Com isso, ofereceremos condições mais atrativas ao segmento de pequenas e médias", conta a executiva.

Já os Correios são concorrentes de peso no segmento de pequenas e micro empresas. Neste caso, a capilaridade é imbatível. "Estamos presentes em todas as cidades brasileiras", lembra Djalma Lapuente da Rosa, gerente corporativo de negócios internacionais. A companhia mantém os programas Exporta Fácil e Importa Fácil. Na exportação, os Correios garantem facilidades para empresas e pessoas físicas (como artesãos e agricultores). Entre elas, o preenchimento dos documentos necessários, apoio consultivo para os pequenos exportadores e tarifas especiais para mercadorias que possuem tempo maior para chegada no destino. "Em cada agência temos profissionais preparados para auxiliar o exportador na documentação e na definição do tipo de remessa. Com isto, é possível reduzir custos com frete", afirma. Segundo ele, entre 2007 e 2008, o volume de exportações realizadas pela companhia cresceu 8,74%.

Já o Importa Fácil tem entre as missões a de simplificar o trâmite para importação de equipamentos e insumos por cientistas e pesquisadores brasileiros. Pelo programa, os produtos necessários para pesquisa com valor até US$ 10 mil têm isenção de taxas de importação, facilidade nos trâmites alfandegários e entrega rápida da encomenda em todo o território nacional. "Este é um programa importante para incubadoras e pequenas empresas de pesquisa", lembra Rosa.

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