Pesquisa da KPMG retrata perfil das mulheres líderes empresariais e perspectivas para negócios, ESG e equidade de gênero.
Uma nova pesquisa da KPMG revela que as lideranças femininas de empresas estão otimistas para o futuro. As entrevistas destacaram uma visão positiva para o crescimento empresarial, assim como para o avanço das metas de equidade de gênero e da agenda ESG.
O estudo “Global Female Leaders Outlook 2023” traça o perfil das mulheres à frente de grandes companhias pelo mundo e evidencia tendências corporativas para os próximos anos. Ao todo, foram 839 entrevistadas de 53 países, sendo 46 brasileiras.
Apesar das crises que o mundo enfrenta atualmente, sejam sociais, políticas ou econômicas, 80% das mulheres seguem otimistas diante deste cenário desafiador e 78% avaliam positivamente estarem em posições de liderança nesse momento. Isso porque a grande maioria afirmou que a adaptabilidade é a chave principal para o sucesso e a resiliência de um empreendimento.
Nesta conjuntura de incertezas, as líderes destacaram a importância de investir no desenvolvimento de sua equipe à frente da tecnologia: 74% declararam que retenção e treinamento de talentos será prioridade para o futuro.
Entrando a fundo na rotina das executivas, a maioria (56%) disse trabalhar mais de 50 horas semanais, com preferência pelo modelo híbrido. No Brasil, entretanto, essa média sobe para 70 horas por semana. Mesmo com longas jornadas, 70% das entrevistadas são mães e 38% carregam a responsabilidade pelas tarefas domésticas.
Enquanto 74% formam casal com uma pessoa que também trabalha, apenas 4% reportaram receber ajuda deste parceiro com a casa e família. No final, elas afirmaram que lhes restam apenas 15 horas semanais de lazer, incluindo os finais de semana.
Visto esse cenário de longas horas de trabalho, dupla jornada e crises globais, 71% delas disseram que a alta demanda profissional afetou suas vidas pessoais. A consequência são 55% enfrentando esgotamento físico e mental.
A agenda ESG segue pautando o setor corporativo, com cada vez mais stakeholders exigindo transparência. O resultado são empresas tornando o ESG como parte integrante de sua estratégia. Para 47% da amostra, a agenda é capaz de influenciar positivamente a performance de uma companhia.
Além disso, 39% das lideranças destacaram maiores esforços na parte ambiental para os próximos três anos, seguido de 29% para o lado social, e 22% para governança.
Falando especificamente de diversidade e inclusão, três em cada quatro entrevistadas almejam atingir suas metas de equidade de gênero nos próximos quinze anos. Para alcançar tal objetivo, 75% destacaram que ter metas de gênero para o C-level ajuda a avançar no tema.
O avanço da pauta tem permitido novas oportunidades para as mulheres subirem na carreira, sendo que 49% disseram receber apoio de outras profissionais femininas. Mesmo assim, 51% ainda percebem um “clube do bolinha” em suas organizações, e 64% viveram alguma situação de preconceito ou estereótipo de gênero nos últimos três anos.
Já em termos de progressão de carreira, 80% delas mudaram de empresa para conseguirem uma posição melhor. Sendo que um quarto o teve que fazer mais de quatro vezes.
Entretanto, esta tendência está começando a mudar. Sabendo das dificuldades que outras mulheres passam para subir de nível, mais da metade (63%) da amostra global e 54% no Brasil tem uma sucessora feminina em sua instituição.
Apenas um quarto das entrevistadas planejam seu próximo passo profissional fora de sua empresa atual. Vale ressaltar uma outra tendência: o perfil multifacetado destas lideranças, uma vez que 46% delas têm uma segunda posição em outra empresa.
Além disso, as mulheres avaliam que as características mais importantes de uma líder são pensamento estratégico e habilidades de liderança. Já considerando os fatores de sucesso para suas carreiras, mais da metade (57%) destacam a importância do network pessoal.
O estudo completo está no site da KPMG.
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