Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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País está na direção correta, mas redução de IOF podia ser maior, dizem economistas

País está na direção correta, mas redução de IOF podia ser maior, dizem economistas

Fonte: Agência Brasil

São Paulo - As medidas de diminuição dos tributos para estimular o consumo, anunciadas hoje (1º) pelo governo federal, mostram que o país está na direção certa. Mas, para o economista Roberto Troster, elas ainda são insuficientes. Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que o governo deveria “parar de olhar para 2012 e começar a olhar para 2022”, passando a focar sua política econômica mais a longo prazo e não apenas no “crescimento do ano”. “Falta um pouco de ambição a longo prazo. Quer dizer, falta bastante ambição para o longo prazo. A curto prazo estão administrando”, declarou.

Entre as medidas anunciadas pelo governo, estão a redução de 3% para 2,5% ao ano da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre operações de crédito para pessoa física. O governo também eliminou as alíquotas de IOF que incidiam sobre o investimento externo em ações e sobre aplicação de capital estrangeiro nas debêntures (títulos privados) voltadas para projetos de infraestrutura. “Quando você tem um cheque especial que custa, em média, 180% ao ano, e [o governo] baixa 0,5 ponto percentual, é uma medida na direção correta, mas eu diria que falta um pouco mais de vigor”, disse Troster.

Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), também defendeu que a diminuição da alíquota do IOF sobre as operações de crédito podia ter sido maior. “Confesso que esperava um pouco mais, porque o IOF era 3% ao ano e imaginei que fosse para 1,5% ao ano, e reduziu para 2,5% ao ano. É importante, mas poderia ter avançado um pouco mais. Poderia ter voltado o IOF ao que era no começo do ano [1,5%]”, disse Oliveira.

Segundo o vice-presidente da Anefac, as medidas de incentivo ao consumo serão consideradas suficientes caso a crise econômica mundial se normalize. Mas se o cenário se agravar, serão necessárias novas medidas. “Se a crise se normalizar, diria que essas medidas, por si só, seriam suficientes para que não tenhamos problemas de crescimento para o ano que vem. Entretanto, se a crise continuar desse jeito ou se agravar, inevitavelmente vamos ter que tomar outras medidas para que não tenhamos uma desaceleração forte, que provoque desemprego alto no país”, disse.

Oliveira ressaltou que o governo deverá ficar também atento à possibilidade das medidas anunciadas valorizarem demais o real. “Isso pode trazer aquele velho problema da valorização do real, que provoca falta de competitividade do nosso produto exportado. O governo tinha que fazer isso, reduzir o IOF na questão das captações e esperar ver o resultado. Inevitavelmente, se isso trouxer um problema grande de valorização do real, aí o Banco Central vai ter que atuar no sentido de recomprar dólares no mercado”.

Froster e Oliveira concordam que a previsão feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, em 2012, é exagerada. Os dois economistas estimam crescimento em torno de 3% no próximo ano. “Dentro da realidade hoje, se crescermos dentro de 3% ao ano estará de bom tamanho”, disse Oliveira.

 

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