Cifra é superior ao PIB combinado do Reino Unido e da Alemanha
Nove de cada dez empresas pesquisadas por uma ONG internacional estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal. O grupo estudado tem 200 companhias, incluindo as maiores do mundo. O resultado? Uma rede global que abriga hoje mais de US$ 7,6 trilhões. Ou seja, a cifra mantida em offshores é superior ao PIB combinado do Reino Unido e da Alemanha.
Os números são parte do mais recente relatório da Oxfam, uma confederação de organizações não governamentais presente em 94 países, inclusive o Brasil. A entidade vai apresentar os dados no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta quarta-feira (20). Desse universo de 200 empresas, a maioria é parceira estratégica do evento.
No período entre 2001 e 2014, os investimentos nos paraísos fiscais cresceram quatro vezes. Segundo a ONG, quando os impostos não são pagos em decorrência de uma evasão fiscal, orçamentos governamentais sofrem a pressão, o que leva a cortes em serviços públicos essenciais. A situação, diz o texto, também torna governos cada vez mais dependentes de tributos pagos pelas pessoas mais pobres.
“O sistema global de evasão fiscal está drenando a vida de Estados de bem-estar social, privando países pobres de recursos necessários para combater a pobreza, colocar e manter crianças na escola e impedir que seus cidadãos faleçam em decorrência de doenças facilmente curáveis”, diz Katia Maia, diretora da Oxfam Brasil, em comunicado.
Embora a organização não tenha como prática divulgar o nome das empresas, Katia diz que “não é difícil deduzir que o Brasil também faz parte dessas estatísticas”.
África
Quase um terço da riqueza dos países africanos (ou US$ 500 bilhões) é mantido em paraísos fiscais no exterior. A prática pode custar US$ 14 bilhões por ano em receitas perdidas – valor que seria suficiente para serviços de saúde que salvariam 4 milhões de crianças e empregariam professores em número suficiente para que todas as crianças africanas pudessem estudar.
Setores
A Oxfam também alerta sobre o setor financeiro, responsável por um de cada cinco bilionários no mundo. Nele, a diferença entre salários e benefícios e o valor efetivamente agregado à economia é maior do que em qualquer outro, de acordo com o documento.
Ainda segundo o relatório, empresas nos setores do petróleo e gás e outras indústrias extrativas tem usando seu poder econômico para garantir uma posição de liderança no mercado. Essas companhias registrariam lucros maiores do que o valor gerado por elas para a economia local, em razão de lobby para garantir subsídios governamentais, isenções fiscais e evitar alternativas ecológicas.
Via Época Negócios
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