O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, assinou um acordo de cooperação científica com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral (Sinditêxtil-SP), na última quinta-feira (24), durante evento na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Americana (SP). O convênio tem objetivo de tornar o setor mais competitivo e sustentável.
Também firmado pelos presidentes do Conselho de Administração da Abit, Rafael Cervone Netto, e do Sinditêxtil-SP, Alfredo Emílio Bonduki, o documento tem objetivo de "promover a mútua cooperação para análise e desenvolvimento de processos, produtos e serviços de maior valor agregado, intensivos em conhecimento e tecnologia, visando tanto ao aumento da competitividade da indústria têxtil brasileira frente à concorrência internacional quanto ao aprimoramento no uso eficaz de recursos naturais escassos, como água e energia".
Em palestra sobre inovação e competitividade no setor, o ministro ressaltou as posições ocupadas pelo Brasil no mercado global. "É admirável que, mesmo com as atuais dificuldades, nossa indústria ainda seja o quinto maior parque têxtil do mundo e esteja entre os quatro maiores produtores de vestuário do ranking", disse. "É um fenômeno, uma demonstração de vigor e capacidade."
Aldo destacou o setor como a matriz das atividades fabris. "A indústria têxtil é a mãe da Revolução Industrial, na Inglaterra e no Brasil, onde ela foi pioneira, ao iniciar o processo de industrialização", apontou. O ministro ilustrou "a marca da inovação" do segmento com o fato de a China ter liderado a economia mundial no século XVIII com seus teares manuais, até o surgimento das máquinas a vapor britânicas.
Superação - Na opinião de Cervone, o MCTI é estratégico para a indústria têxtil. "Nós queremos ser pioneiros, audaciosos, parceiros do governo para que possamos crescer", afirmou o presidente do Conselho de Administração da Abit. "A única certeza que nós temos dessa crise é que nós vamos superá-la. O Brasil é maior que a dificuldade. E essa não será a primeira nem a última que nós vamos passar. Nossa preocupação, do setor em geral, é criar condições para que, quando a turbulência passar, saiamos dela fortalecidos."
Bonduki reforçou a necessidade de garantir segurança hídrica e energética em meio ao momento econômico. "Nós sempre acreditamos que sustentabilidade e proteção ao meio ambiente trazem resultados para as empresas", comentou. "O setor têxtil ainda representa 30% da produção nacional. Para nós, é importante que o MCTI nos ajude a resolver alguns problemas ambientais que temos na região. Esperamos que desse convênio possamos colher bons resultados não só para os empresários, mas para a comunidade da região como um todo."
Empresário de origem, o prefeito de Americana, Omar Najar, enfatizou que "nós representamos o segundo maior empregador do País, depois da construção civil". Segundo ele, o setor têxtil paulista abriga 18 mil empresas e 512 mil trabalhadores diretos e indiretos. Nacionalmente, a indústria emprega 1,6 milhão de pessoas e representa mais de 33 mil companhias.
Para o diretor do Ciesp de Americana, Seymour Furlan, o convênio pode significar um marco na história do setor. "A nossa região, ao longo do tempo, tem procurado se transformar com o uso das tecnologias, seja em máquinas, equipamentos, processos ou serviços, vencendo desafios e ultrapassando barreiras", declarou. "Hoje, faz-se necessário que nossas empresas, universidades e governos estejam alinhados para transformar seus produtos, processos e serviços, visando atender a aspectos econômicos, sociais e do meio ambiente."
Acordo - MCTI, Abit e Sinditêxtil-SP se comprometem a definir programas de trabalho que priorizem temas de desenvolvimento tecnológico de interesse da indústria têxtil nacional. A parceria pode compreender atividades em nanotecnologia, testes de conformidade, tecidos do futuro, acabamento de superfície, processos sustentáveis, rotas tecnológicas da área, artesanato, moda e design.
Válido por dois anos – prorrogáveis –, o acordo prevê a elaboração de termos aditivos, que devem definir as atividades da parceria e a formação de grupos de trabalho para realizar estudos de mercado e prospecção tecnológica na indústria têxtil, em busca de promover maior competitividade internacional. A articulação pode envolver outros órgãos e entidades, nacionais e estrangeiros.
O documento propõe aproximar políticas de governo do setor industrial, ao fomentar um "diálogo amplo" sobre questões ambientais, sociais e de desenvolvimento. O contrato ressalta a transversalidade e a presença nacional da indústria têxtil, capaz de aumentar o valor agregado da produção, gerar empregos com maior grau de qualificação e enfrentar a competição externa.
As restrições de acesso à água pela indústria estão expressas no acordo como um desafio a ser enfrentado pela parceria. O texto considera que ciência e tecnologia podem apresentar soluções para a captação sustentável do recurso, bem como para o tratamento dos efluentes, quando devolvidos ao meio natural.
Redação Connect Media / Susy Zocolaro
#MCTI #indústria têxtil #inovação #tecnologia #sustentável
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI