O português Martinho Guedes Pinto de Mello iniciou a produção de algodão no sudoeste do estado de São Paulo na segunda metade do século XIX. Seu filho deu continuidade ao empreendimento e criou, em 1881, a fábrica de tecidos que tornou a cidade de Tatuí a maior produtora do chamado “ouro branco” na região. Mas, a partir dos anos 1960, o complexo foi perdendo mercado, em parte por causa da entrada de produtos importados. Acabou fechado e deixado às moscas. “O complexo da Companhia São Martinho tem fábrica, mansão da família e vila operária. Até os anos 1970, eu visitava a mansão e via banheiras de ferro, móveis de época, caldeiras enormes. Muito foi saqueado, porque eles deixaram abandonado. A fábrica está toda destelhada, teve partes derrubadas, e as pessoas que alugam as casas da vila já mudaram muita coisa ali”, diz Jaime Pinheiro, professor do conservatório da cidade. A situação é parecida com a de outra tecelagem, a Campos & Irmãos, construída no início do século XX também em Tatuí. “Ela ficou quase sem telhas e as janelas foram fechadas com tijolos. Um empresário comprou grande parte da construção por dois milhões de reais e conseguiu ganhar três milhões só vendendo a madeira-de-lei que havia ali”, denuncia Pinheiro. Segundo ele, o centro da cidade é alvo de especulação imobiliária e há grande risco de as fábricas serem destruídas para dar lugar a um novo complexo.
|
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI