Analistas do banco contrariam consenso do mercado e apontam 4 fatores que resultaram em perdas para a estatal; prejuízo calculado chega a R$ 1,5 bilhão
SÃO PAULO - Envolta em um endividamento que não para de crescer, juntamente com a necessidade de elevar seus investimentos operacionais e da resistência do governo em não elevar o preço dos combustíveis, a Petrobras (PETR3; PETR4) pode ter mais um grande problema para se preocupar na medida em que a meteorologia não ajuda o cenário econômico brasileiro.
Depois de afirmarem que as estatais podem ter suas ações beneficiadas por um possível "apagão" indiretamente no longo prazo, a equipe de análise do HSBC aprofundou suas pesquisas e constatou que a companhia de Graça Foster também pode ser uma das prejudicadas pelo possível quadro de racionamento energético. Segundo eles, ao contrário do que esperava o consenso do mercado, a estatal pode ter um prejuízo de US$ 620 milhões ou um potencial de baixa médio de 10% para o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caso o cenário se confirme em 2014. Com o dólar atualmente na faixa de R$ 2,35, esse prejuízo convertido em reais ficaria na faixa de R$ 1,5 bilhão.
"Aparentemente, a opinião geral do mercado está alinhada com os que acreditam que a Petrobras ganharia dinheiro com a energia não contratada vendida pelo preço "spot" (à vista) de R$822/MWh. Decidimos analisar mais a fundo o segmento de Gás & Energia da Petrobras a fim de verificar a opinião do consenso e nossa conclusão veio na direção oposta", explicam os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia, que projetam preço-alvo de R$ 15,00 para as ações ordinárias.
Mais 4 dores de cabeça para Graça Foster
Para eles, a companhia pode ter 4 perdas significativas. O primeiro quesito destacado pela equipe de análise do HSBC fica com o aumento das importações do gás natural, que representariam um prejuízo de US$ 120 milhões por trimestre para a estatal, assumindo 120 mil barris por dia - 20% acima da média histórica, para refletir o aumento da necessidade, segundo os analistas do banco.
O grande vilão da companhia por 3 anos - o diesel - é outro que deve complicar ainda mais as coisas para a petrolífera, que precisa comprar o combustível do exterior sem a possibilidade de repassar preços no mercado doméstico. "Qualquer importação adicional de diesel para servir como matéria-prima para as usinas movidas a diesel pode significar cerca de US$ 240 milhões em prejuízo por trimestre, de acordo com nossos cálculos", explicam em relatório.
Outra possível dor de cabeça para a líder da estatal pode ocorrer caso a conta de um preço spot de energia de R$ 822/MWh recaia sobre o consumidor final, o que traria fortes impactos à inflação e, consequentemente, aumentaria a pressão conta um possível aumento no preço dos combustíveis vendidos pela companhia. "Em um cenário de alta na inflação, vemos pouco espaço para o governo ajustar a política de preço de combustíveis da Petrobras", afirmam os analistas do HSBC.
Por fim, uma das maiores preocupações - talvez a com maior potencial devastador no caixa da estatal - é com o desempenho do dólar no cenário adverso. Para os analistas do HSBC, a moeda americana deve sofrer forte valorização ante o real se a situação se confirmar, podendo alcançar o patamar de R$ 2,35, o que ampliaria ainda mais o prejuízo da companhia com a política de congelamento de preços do governo. "Estimamos que um cenário de R$3,00/US$ possa representar outro prejuízo trimestral de US$1,1 bilhão, principalmente em importações de combustíveis sem o repasse para os preços do mercado doméstico", conclui a equipe de análise da instituição financeira.
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