Muitas são as notícias trazidas por colegas a respeito de pequenos e grandes empreendimentos que quebram de uma hora para outra. Será que é assim mesmo, "de uma hora para outra", ou é consequência da falta de planejamento?
Há quem afirme ter por estilo trabalhar, ou seja, logo que vê serviço ou oportunidade já começa a produzir. “Planejar não é comigo” é o lema desta turma. Outros podem dizer que “planejar é perder tempo”, ou ainda, “para que planejar se na maioria das vezes não acontece exatamente da forma que foi arquitetado?”
Respeito todos os pontos de vistas, mas sou da opinião de que a execução de qualquer tarefa deve ser precedida de planejamento, seja comercial, financeiro, produtivo, marketing etc. Há exceções, como no caso de acidente ou quando o veículo ou casa está pegando fogo, ocasiões em que é necessário agir rapidamente, pois do contrário pode ser tarde para salvar vidas.
As estatísticas de mortalidade de empresas continuam muito altas. Uma pesquisa do Sebrae referente à mortalidade nos primeiros dois anos de atividade de micro e pequenas empresas no Brasil apontou:
Ano Mortalidade
2008 45,8%
2009 44,6%
2010 23,8%
2011 24,2%
2012 23,4%
Se tomarmos o ano de 2012 como referência, que sofreu significativa melhora, observamos que 23,4% das micro e pequenas empresas do Brasil fecharam suas portas nos primeiros dois anos de fundação. É pouco tempo de vida para quase um quarto delas (https://goo.gl/8GVEjw).
Na pesquisa acima mencionada, o Sebrae perguntou aos empreendedores quais fatores poderiam ter contribuído para não perder suas empresas em tão pouco tempo e as respostas foram as seguintes:
52% menos encargos e impostos
28% mais clientes
21% créditos mais facilitados
18% planejamento do negócio
15% mão de obra mais qualificada
13% gestão financeira mais eficaz
10% consultoria empresarial
6% nenhum
5% acordo entre os sócios
Acredito que o motivo realmente prejudicial a qualquer negócio é a falta de planejamento, uma vez que é possível prever que encargos e impostos são altos, se há disponibilidade de clientes, se o negócio necessita de investimento e se há quem esteja disposto a financiar, se o mercado possui mão de obra qualificada, bem como é possível que o contador envolvido no planejamento financeiro e administrativo perceba, antes de iniciar o negócio, ser necessário investir na gestão. Se perguntarmos a estes empreendedores se fizeram o planejamento antes de constituir o negócio, acredito que ao menos 90% afirmarão que não.
É imprescindível que o planejamento seja feito antes de começar o novo empreendimento, mas não somente nesta ocasião. A revisão anual é vital para, primeiramente, analisar o desempenho do ano que passou ou está prestes a terminar, e então promover os ajustes necessários para o futuro. Não planejar é o mesmo que viajar de férias sem saber para onde vai, o que fazer e quando pretende retornar. Não funciona!
O que você deseja que aconteça com a sua empresa no próximo ano? Quanto pretende lucrar? Será necessário algum ajuste? Não deixe de responder a estes questionamentos e a tantos outros que surgirão enquanto analisa o desempenho do exercício que está findando e projeta o futuro. Mesmo que a expectativa para o próximo ano seja de muitas dificuldades, com problemas capazes de forçar o fechamento da empresa, não é preciso deixá-la quebrar, mas encerre-a antes de perder dinheiro.
O planejamento constante permite ver claramente o futuro e tomar decisões no presente para ter garantido o amanhã. Você costuma planejar? Se a resposta é sim, então receba os meus parabéns, mas se a resposta é não, recomendo que comece agora mesmo e não deixe o seu futuro por conta da sorte.
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