Fonte:|atarde.com.br/economia|
Uma combinação entre queda nas exportações e desvalorização do dólar ante o real vem prejudicando os produtores de sisal na Bahia. Para garantir o preço mínimo ao produtor, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vem comprando lotes de sisal e já armazena cerca de 20 mil toneladas no interior da Bahia. Neste contexto, representantes do setor, governo e entidades de pesquisa elaboraram um projeto de valorização do produto e de desenvolvimento de toda a cadeia.
O PIB do sisal na Bahia foi de US$ 150 milhões em 2008. Deste valor, US$ 100 milhões foram para exportação, seja da fibra bruta ou de produtos manufaturados, como cordas agrícolas. Em 2009, porém, o setor registrou, de janeiro a julho, queda de 26% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado. Ao mesmo tempo, o dólar registrou desvalorização de 18%, uma queda maior que as margens de lucro dos produtores, que varia entre 8% e 10%, segundo informa o Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais do Estado da Bahia (Sindifibras).
Diante deste contexto, o preço mínimo do sisal, que era de R$ 1,04, passou para R$ 0,74. A intervenção da Conab garantiu a manutenção do preço anterior e vem dando condições de sobrevivência ao produtor baiano. No mês de setembro, de acordo com a Conab, foi disponibilizado R$ 1,6 milhão para a compra de sisal, o que permite estoque de mais 1,5 tonelada até o fim do mês. As unidades de armazenamento estão nos municípios de Conceição do Coité, Valente, Santa Luz, Retirolândia, São Domingos, Campo Formoso e Jacobina.
“Com esta iniciativa, a Conab tem nos ajudado bastante, mas fizemos uma proposta para que o governo passe a trabalhar na equalização do preço do sisal e não na compra do produto bruto, assim, o governo economiza e regula o preço de mercado”, argumenta o diretor-executivo da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), Ismael Ferreira de Oliveira.
Integração - O desenvolvimento da cadeia produtiva do sisal e de outras fibras naturais é o objetivo do Projeto Setorial Integrado das Fibras Naturais, desenvolvido pelo Sindifibras em conjunto com a Apex Brasil, órgão do governo federal que trabalha no desenvolvimento das exportações.
Por meio deste projeto, em parceria com a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, foi assinado acordo com intermédio do Fundo para Agricultura e Alimentação Comum de Commodities das Nações Unidas (FAO) para pesquisas que garantam aproveitamento de 100% da folha do sisal. Hoje, as fibras representam apenas 5% da planta.
O presidente do Sindifibras, Wilson Andrade, informa que a pesquisa prevê investimento inicial de US$ 125 mil. Os estudos preliminares serão concluídos em seis meses, quando será apontada a viabilidade de mercado do suco do sisal e de seus subprodutos no agronegócio brasileiro.
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