Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Planos do Governo não estão funcionando, diz indústria

 

 

 

Planos do Governo não estão funcionando, diz indústria

25 de Outubro de 2011

 

Representantes dos principais setores da indústria brasileira estiveram reunidos nesta segunda-feira (24/10), em São Paulo, para o Fórum Nacional da Indústria. O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira, participou do evento e foi pressionado pelos industriais. A avaliação geral dos empresários é de que o Governo peca em sua política industrial ao deixar que "o tripé do mal", composto por câmbio, juros altos e tributos, comprometa a competitividade do setor.

"Parece um diálogo de surdo-mudo. Esse câmbio está matando e ninguém faz nada. A gente não devia ter vergonha de fixar um piso cambial, como alguns países desenvolvidos já fizeram", disse Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Na sua opinião, o Brasil teme assumir posicionamentos que comprometam a sua relação com a China, um dos grandes fornecedores de máquinas para o País. "O Brasil não quer brigar com o seu principal cliente, mas acaba protegendo de um lado e complicando do outro. O empresário sobrevive a isso, mas a indústria não", diz.

Para Marco Polo de Mello Lopes, do Instituto Aço Brasil, o câmbio desfavorável é um "problema natural" que o Governo enfrenta, mas a medida urgente agora seria arrumar a casa. "A guerra fiscal prejudica a indústria e o ICMS é um problema. Pedimos mais envolvimento do Desenvolvimento e menos subordinação à Fazenda".

Paulo Roberto Butori, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças), avalia que ao câmbio desfavorável se juntam os juros altos e a pesada tributação, no que foi chamado de "tripé do mal". "O Governo poderia ser mais pragmático em relação às medidas que garantem a competitividade da indústria. Nesse ponto a reunião foi inconclusiva". Para Neto, da Abimaq, os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são exemplo de como algumas políticas têm funcionado na indústria, mas planos como o Brasil Maior estão longe de trazer resultados conclusivos. "Esses planos não estão funcionando. Queremos competitividade e não há medidas que vão, efetivamente, ao encontro das nossas propostas".

Teixeira vê a situação da indústria como satisfatória. "As empresas estão nos procurando para investir e batemos recordes em exportação. A indústria não poderia estar melhor nesse cenário mundial". Ele discorda de que os empresários do setor industrial estão em um momento pessimista. "Crescer na faixa de 5%, considerando a atual conjuntura internacional, é 'muito positivo'".

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato aponta a desoneração de impostos para alguns setores como principal objetivo no diálogo com o Governo. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, concorda com Barbato. "O cenário econômico está pessimista e diminuir os impostos ajuda a mudar o padrão de crescimento da indústria. Ainda falta a desoneração de algumas cadeias produtivas", disse ele.


(Fonte: Valor Econômico - 25/10/2011)

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