Fonte:|amazonas.am.gov.br|
Uma planta amazônica, o Curauá, está sendo cotada para diversos fins, mais recentemente como substituta da fibra de vidro em peças automobilísticas e como composto de vigas resistentes a terremotos. O Curauá “estourou” no meio industrial no início desta década, após a identificação de seu potencial como componente de peças de carro. O tema foi discutido entre a Diretoria e Equipe técnica da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) durante reunião no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) quando da discussão da cultura no Estado do Amazonas.
Na ocasião, o coordenador geral de implantação do CBA, Imar César falou dos estudos realizados com o Curauá que é uma “bromeliácea” (Ananás Erectifolius), da mesma família do conhecido abacaxi, inclusive com aspectos muito semelhantes. Porém a fibra do Curauá possui características peculiares como resistência mecânica, leveza, ausência de odor, além de suavidade ao toque, sendo uma ótima alternativa para a industria automobilística, devido à demanda de mercado no desenvolvimento de peças com fibras naturais.
Segundo Imar, do ponto de vista técnico os produtos resultantes tem uma excelente qualidade e tem uma série de vantagens em relação à fibra de vidro. “A começar por ser renovável e biodegradável”, diz.
Segundo o Presidente da Afeam, Pedro Falabella, implantar a cultura do Curauá no Estado requer investimento e a Afeam está disposta a investir, pois acredita ser um projeto extremamente viável que poderá contribuir significativamente com a economia do estado e o desenvolvimento social de inúmeras famílias que ainda vivem sem perspectivas no interior.
"Isso sem falar que a tecnologia, se empregada em larga escala, agregará valor a um produto agrícola que está se tornando importante para a economia de algumas comunidades da Amazônia”, ressalta Falabella. O dirigente acredita que o projeto pode servir de modelo para áreas de assentamento de famílias que não dispõem de alternativas viáveis de produção agrícola no Amazonas.
O Curauá pertence à mesma família do abacaxi. Em razão da sua "versatilidade", ela está mobilizando pesquisadores, produtores e técnicos do setor industrial. A planta produz uma fibra que pode ser utilizada na fabricação de tecidos, papel, plástico e até um tipo de anestésico. O curauá é bastante conhecido no Baixo-Amazonas, região oeste do Pará, onde foram feitos os primeiros plantios em escala comercial.
Diferente do abacaxi, a planta não tem espinho, o que facilita o manejo e o corte. O Curauá pode ser plantado em solos menos exigentes e, a partir do segundo ano, a colheita pode ser de seis em seis meses.
No total, a planta tem um aproveitamento por cinco anos, proporcionando nove colheitas. Cada planta produz entre 20 e 24 folhas, proporcionando perto de dois quilos de fibra. A máquina para beneficiamento do Curauá é a mesma utilizada no sisal, planta do nordeste brasileiro. O composto viscoso que sobra do processo de desfibramento, a mucilagem, permite a fabricação de papel.
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