vestuário e calçados, somente no primeiro semestre de 2010, foi de 10,1%. Este
crescimento faz com que estes setores tornem-se cada vez mais atrativos,
principalmente em regiões com menor oferta de produtos. Além disto, exige que o
desenvolvimento de produtos seja mais eficiente, a fim de que o varejo possa
oferecer uma ampla variedade de produtos, a valores mais competitivos. Sem
dúvida alguma, investir em pesquisas, design, modelagem é primordial.
Mas em que pé estamos no que se refere ao emprego e conhecimento sobre os mais diversos tipos de materiais têxteis (fibras, fios, tecidos, malhas e
acabamentos), hoje oferecidos pelo mercado? As opções são quase infinitas, se
formos considerar os tipos de fibras têxteis e suas classificações, as variações
em processo de produção de fios, tecidos e malhas, além da ampla gama de
acabamentos, os quais abrem espaço para a utilização de cores, efeitos, texturas
e propriedades dos mais variados. Os responsáveis por produtos, estilistas e
compradores, tem conhecimento suficiente sobre todas esta possibilidades?
Conhecem mesmo o que estão desenvolvendo e entregando aos consumidores?
Como resposta inicial para estas perguntas, podemos dizer que há espaço
para evoluirmos. Quanto mais se conhece sobre as infinitas possibilidades de
materiais a serem utilizados, maiores são as possibilidades de desenvolvimento
de produtos aliados a custos mais reduzidos. Ou ainda, mais elaborados e
sofisticados, com maior valor agregado. Tudo isto sem falar na diminuição da
ocorrência de falhas, tanto durante a produção, quanto no pós venda. A
conseqüência reflete-se na diminuição de retrabalhos, trocas e reclamações de
clientes.
Vale lembrar que a comunicação entre a cadeia produtiva têxtil
e os setores de confecções e varejo, é bastante carente, apesar destes viverem
uma espécie de simbiose, onde a sobrevivência de cada um está diretamente
relacionada ao outro.
A falta de informação e comunicação, agrava-se
quando vamos analisar o varejo, onde as equipes de vendas, sentem falta desta
sinergia com as próprias equipes internas de desenvolvimento de produtos e
compras. Imagine então com o restante da cadeia têxtil. Não raramente, encontro
gerentes de lojas e vendedores com pouco ou nenhum conhecimento sobre uso de
materiais, costuras e acabamentos. Justo estes que se comunicam com quem faz o
setor mover-se: o consumidor.
Neste contexto, além da venda acabar sendo
prejudicada, o mesmo ocorre com o pós venda, quando o consumidor sente
necessidade de realizar alguma troca ou fazer alguma reclamação. Dificilmente a
equipe de vendas consegue oferecer uma resposta precisa, na maioria das vezes
tendo que retornar o produto à fábrica para que seja dada uma resposta adequada
ao cliente. Nisto passaram-se dias, com idas e vindas de peças, pessoas
manuseando, sem falar na espera e retorno do cliente à loja.
O varejo
acaba perdendo a chance de reduzir custos, valorizar seus produtos e fidelizar
um maior número de clientes, pela simples falta de conhecimento e treinamento
sobre tecnologia têxtil. Ambientação, atendimento, marketing, design, ajudam sim
a vender. Conhecimento sobre produtos têxteis também. Tudo isto faz parte da
experiência de compra.
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