Se tiverem curiosidade em saber porque a nossa "imprensa livre" e tao calida em anunciar fatos e posicoes mais controversiais, lhes aconselho a ler esse do Mello:
Eles acham que a gente nasceu ontem...
Primeiro foi uma reportagem de dois minutos no telejornal de Sábado quando, como todos sabem, a audiência cai quase para quase dois terços. Depois, uma nota numa conhecida revista dizendo que a vítima, Ricardo Teixeira, estaria disposta a retaliar sua parceira. "Coincidentemente", tudo aconteceu depois de um dia ensolarado em que quase quinhentos torcedores indignados decidiram marchar pelas ruas de São Paulo pedindo a moralização do futebol brasileiro e que uma campanha de boicote à Globo ganha corpo pela rede.
Eles acham que a gente nasceu ontem. A estratégia conhecida por todos na emissora é a seguinte. Diante de um assunto rumoroso, como os desmandos do futebol e de seus dirigentes e sócios, a ordem é cobrir. Cobrir no atacado, sem censura. Assim, um batalhão de incautos jornalistas das Organizações se mobiliza, trabalha duro, checa cada uma das informações veiculadas por outros veículos. Reportagens são feitas. É quando entra em cena a mão pesada da edição, no varejo. Quase tudo vai para a gaveta segundo os chefes, ou porque as reportagens não trazem novidades, ou porque o jornal está curto.
Mas quando alguma autoridade se pronuncia, no caso o Ministério Público Federal, aí a coisa muda de figura. É preciso fazer um breve registro, apenas para não passar recibo. Assim, escolhe-se um viés preferencialmente neutro, que não traga danos à imagem da emissora e veicula-se uma discreta reportagem, bem aquém do tamanho do escândalo. Não deixa de ser uma maneira também de dar satisfação à sociedade, desconfiada de que a cobertura é falha porque há outros interesses em campo.
Mas o mais nefasto é quando a história é escrita anos depois, sob o argumento de que não houve omissão e sim coragem para apurar e noticiar fatos que "aparentemente" contrariavam os interesses da emissora, num claro exemplo de independência e compromisso com a isenção na apuração dos fatos. Testemunhas não faltarão para atestar a propalada idoneidade, a exemplo do que vimos no caso das Diretas Já, em que uma reportagem que estava no arquivo (como não-exibida) serviu de documento para comprovar uma cobertura que não existiu, e pasmem, sob o beneplácito do repórter que foi a campo.
Esse modelo de jornalismo vem sendo desmascarado. E muita gente começa a perceber como na prática se dá a manipulação. De que forma a realidade é transformada para atender interesses que estão longe de ser de interesse público. Estejam certos de que este jogo do último Sábado já teve o resultado combinado fora de campo: empate. Ambos marcam pontos e seguem adiante na tabela. O juíz relaxa e a torcida se acalma. Alguém aí confia nesse tipo futebol? Eu não!
http://maureliomello.blogspot.com/2011/08/eles-acham-que-gente-nasc...
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