POR QUEM DOBRAM OS SINOS?
PENSANDO EM TI CICLISTA PROLETARIO, NEGRINHO e MORTO ATROPELADO, lembrei-me que um pouco de mim morreu também.
Lembrei-me deste trecho de John Done, capturado por Ernest Hemingway no prefacio de seu livro "POR QUEM OS SINOS DOBRAM".
“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.
Pensei também por que a tua morte, ciclista proletário, requereu exame de sangue do teu defunto magro. Tu estarias bebum? Porque tanta preocupação? Curioso: O milionário, sarado atropelador não fez exame de sangue para drogas ou anabolizantes...
Sim enterrado tua estas, Negrinho Magro, que nunca pode comemorar o aniversario de sua esposa. Teu caixão era de bacana, eu vi. Também algo me diz que tua esposa ganhara um novo puxadinho. Talvez teus guris, ate uma bolsinha de estudo ganhem.
Como diz o John Done, a tua morte empobreceu a sua família, a Baixada Fluminense; a tua morte empobreceu a nos todos - e seguramente a mim, em participar.
Em breve tu estarás esquecido, Negrinho da Baixada Fluminense.
Mas hoje ainda sinos dobram por ti, Negrinho biscateiro.
Dobram suaves e tristes, por ti, por mim e pela humanidade.
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Faço das tuas as minhas palavras, amigo SAM. Mesmo em lágrimas.
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