Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Preço do Algodão Pode Quase Triplicar em Abril

Fonte:|noticias.r7.com|

Indústria têxtil diz que repasse de custos para o produto final é inevitável

A inflação do varejo em abril contará com uma pressão adicional que vai atingir em cheio o bolso do consumidor: um aumento fora do normal nos preços das roupas.

De acordo com um levantamento feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), a inflação do algodão em caroço acumulada em doze meses até fevereiro, acumula taxas de 170% - a mais forte em 12 anos. A indústria têxtil já admite que o repasse do aumento de custos para o produto final é inevitável, o que pode ajudar a elevar as taxas dos indicadores de inflação no mês que vem.

Responsável pelo levantamento, o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, não descarta a possibilidade de que o repasse da alta de custos com o algodão para o produto final possa ser o mais intenso da década.

Ele disse, no entanto, que isso dependerá do volume de produtos têxteis importados disponíveis no mercado, que atualmente fazem forte concorrência com os brasileiros. Quadros lembrou ainda que, no próximo mês, as novas coleções outono/inverno chegam às lojas.

Normalmente, os preços do vestuário sobem em abril por causa do término do período das liquidações. Porém, o cenário para o produtor de têxteis neste ano é diferente, por causa do aumento do custo da matéria-prima.

- Acho muito difícil não ocorrer um repasse [no preço do produto final]. O aumento do preço do algodão foi brutal. Mesmo que haja uma substituição do algodão por fibras sintéticas, caso a demanda por fios artificiais aumente, o preço desse item vai aumentar também.

Ele acrescentou que o grupo vestuário representa 5% do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) calculado pela FGV, que mede a evolução da inflação no varejo.

Para o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Aguinaldo Diniz Filho, a magnitude da elevação atual no preço do algodão não tem comparação com períodos anteriores.

- Posso dizer com certeza que nunca vi o preço do algodão disparando dessa maneira.

Diniz Filho explicou que a oferta do algodão tanto no mercado doméstico, como no internacional, vem diminuindo desde maio do ano passado, por causa de três fatores externos: o aumento no consumo da China, o bloqueio de exportações indianas para o mundo - que acabou reduzindo a oferta do produto no cenário internacional - e da quebra de safra nos Estados Unidos.

Brasil

Segundo o presidente da Abit, o Brasil consome em torno de 1,1 milhão de toneladas de algodão por ano. Ele explicou que cada metro de tecido fabricado tem entre 35% a 40% de algodão. Além disso, a coleção outono/inverno, característica de tempos mais frios, é a que mais usa mais tecido em sua produção.

- Tentamos não repassar todos os nossos aumentos de custos para o produto final. Mas, desta vez, não tem como não repassar uma parte dessa alta.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, usado pelo BC para controlar a inflação), também deve sentir os efeitos do aumento nos preços de vestuário. As roupas representam 4,5% do IPCA, segundo a gerente de pesquisa do IBGE, Irene Machado.
Ela explica que os preços de roupas no IPCA de fevereiro mostraram queda de 0,29, por causa do período de liquidações. Em 12 meses, a inflação das roupas acumulou alta de 7,3% até fevereiro.

Ao mesmo tempo em que o bolso do consumidor deve sentir com a alta no preço do algodão, o produtor brasileiro pode comemorar. A estimativa mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para a safra do algodão é que neste ano sejam produzidas 4,5 milhões de toneladas, contra 2,9 milhões de toneladas em 2010 - um aumento de 53,7%.

Segundo o instituto, a área plantada do produto cresceu 43,7% neste ano em relação ao ano passado, por causa das boas cotações do algodão nos mercados interno e externo.

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