O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, afirmou que os empréstimos concedidos pela instituição a Cuba e Venezuela não deveriam ter sido feitos.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, afirmou que os empréstimos concedidos pela instituição a Cuba e Venezuela não deveriam ter sido feitos.
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"Olhando hoje, fica claro que eles [Cuba e Venezuela] não tinham condições de pagar. Provavelmente [os empréstimos] não deveriam ter sido feitos, mas agora temos que ir atrás do dinheiro", disse Oliveira nesta terça-feira (18/09).
A dívida de Cuba e Venezuela com o BNDES soma aproximadamente 1 bilhão de dólares, e ambos estão com os pagamentos atrasados. Os empréstimos aos dois países foram aprovados durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
O presidente do BNDES, que se reuniu com representantes de Cuba nesta semana para tratar da dívida, deu detalhes do caso do país caribenho, cujo saldo devedor é de quase 600 milhões de dólares. As parcelas em atraso somam cerca de 17,5 milhões de dólares.
"O governo de Cuba tem se mostrado solícito, aberto a buscar soluções. Alega, no entanto, que em virtude de questões climáticas e financeiras do país, não tem tido a capacidade de honrar totalmente os pagamentos", disse.
Oliveira disse que os cubanos vêm fazendo pagamentos parciais. "Nesse momento, nosso esforço é encontrar alternativas para que eles possam retomar os pagamentos e voltar à adimplência", finalizou.
A maior parte do dinheiro emprestado a Cuba foi destinada às obras de modernização do Porto de Mariel, executadas pela Odebrecht durante os governos Lula e Dilma. A primeira fase das obras foi inaugurada em janeiro de 2014.
Segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo divulgado na semana passada, o governo cubano deixou de pagar 20 milhões de dólares ao BNDES nos últimos três meses, gerando temores de um calote.
Oliveira destacou que cerca de 90% da carteira de crédito para o comércio exterior do banco, que soma cerca de 10 bilhões de dólares, é dirigida a outros países e que, portanto, as dívidas cubana e venezuelana não são preocupantes.
No caso da Venezuela, os empréstimos, aprovados em 2004, se destinaram a financiar obras de empresas brasileiras no país vizinho, sobretudo da Odebrecht, responsável pela expansão do metrô de Caracas e por obras de irrigação em Maracaibo.
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