Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|dgabc.com.br|

As costureiras voltaram à moda e a confecção de roupas exclusivas pelas mãos mágicas das profissionais tem ganhado cada vez mais o mercado no Grande ABC. A demanda pelo serviço dessas profissionais aumentou cerca de 20% no início deste ano em relação ao mesmo período de 2010. A procura é em todas as frentes que vão desde uniformes escolares, passando por roupas de festas e formaturas até chegar nos mais variados adereços e fantasias para o Carnaval.

De olho no crescimento da demanda, elas estão se profissionalizando e deixando de atender em casa ou nos fundos do quintal e montando atêlies para receber clientes. Mesmo com o investimento inicial, o lucro é certo, segundo a costureira Marina Ivone de Souza. "Foram cerca de R$ 1.000 para montar o espaço, mas dá outra cara para o serviço e já consegui recuperar o valor investido", conta ela, que colocou até provador no local para dar maior comodidade aos clientes.

Moradora do Jardim Rosina, em Mauá, ela trabalhou mais de 20 anos como costureira em fábricas e oficinas da região, até decidir se aposentar. No entanto, não demorou para os vizinhos buscarem auxílio para pequenos serviços em sua casa.

"Traziam uma barra de calça, um ajuste e me indicavam para outras pessoas. Depois de um tempo, o movimento aumentou tanto que preferi dar uma cara mais profissional", salienta Marina, que prefere manter o rendimento em segredo. "Não dá para fixar valor, porque depende da procura, mas dá para pagar as contas. Fora o tempo (que sobra) para poder fazer as coisas de casa."

Para a empresária do setor Arlete Marques Parrom, o começo do ano é sempre o período com maior procura, por conta da volta às aulas. "Crescemos em 10% o número de pedidos nos dois primeiros meses em relação a 2010."

O crescimento desses serviços também já é sentido no comércio de tecidos e aviamentos. Para Helio Faber, presidente da SOL (Sociedade Oliveira Lima), no fim do ano o movimento foi maior do que o esperado, amparado principalmente nas promoções do setor. "Mas ainda estamos calculando os números", avalia.

Para ele, as profissionais ganham hoje cada vez mais mercado nos reparos e arremates finais de peças compradas no varejo. "É uma deficiência que ainda temos. vendemos os produtos com preços acessíveis, mas qualquer reparo tem de ser feito em outro lugar", diz.

Já quem prefere fazer toda a peça direto com a costureira pode gastar até o dobro do valor dispensado numa loja pelo produto. Para se ter ideia, um vestido preto de algodão, simples, pode ser comprado por R$ 80 no varejo. Já para ser feito sob medida, o custo da mão de obra da profissional sai por R$ 80, mas ainda é preciso levar o tecido e os aviamentos, que custam cerca de R$ 30. No caso de um blusão de nylon, por exemplo, ele custa até R$ 30 a mais em um ateliê.

"Paga-se mais, mas ganha-se em qualidade", diz Sandra Gonçalves, consumidora fiel das costureiras.

EM FALTA

Com a expansão dos ateliês individuais, Faber atesta que as lojas têm tido dificuldades em contratar confeccções no Grande ABC. "Temos muito trabalho e está difícil achar oficinas para fazer esses serviços por aqui. Todas também estão com muito serviço", afirma.

(Colaborou Alexandre Melo)

Busca por cursos de especialização dobra em dois anos

O aumento na procura pelos serviços de costura fez com que a busca pelo curso de corte e costura tivesse expansão no ano passado. Com o mercado reaquecido, é cada vez maior o número de interessados pela área. Em São Caetano, por exemplo, o público para as aulas praticamente dobrou de 2008 para 2010.

De acordo com o Fundo Social de Solidariedade, que iniciou as aulas neste segmento em 2005, o aumento nos últimos anos tem sido significativo. A entidade responsável pelas turmas diz que foram oito classes em 2008, com 56 capacitados, contra 11 em 2010, com 108 pessoas.

Em Santo André, a busca pelo curso de costura industrial também foi grande. Os números oficiais não foram divulgados pela Prefeitura. No entanto, a parceria entre Senai e CPETR (Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda) mostra que foram capacitadas 4.112 pessoas em diversas áreas no ano passado.

Mauá, Ribeirão Pires, São Bernardo e Diadema não confirmaram informações sobre a oferta do curso até o fechamento desta edição. PC/AM

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Comentário de kelly cristina da silva em 17 fevereiro 2011 às 13:18
Olá,
Meu nome é Kelly....
Tenho uma oficina de costura com 7 funcionárias.... fico localizada na cidade de Euclides da Cunha Paulista-SP, interior de São Paulo. Trabalho com confecções de jeans da cidade de São Paulo a mais de 10 anos e gostaria de formar parcerias através do método facção, prestando serviço para a sua marca.  com relação ao transporte do serviço, faço através de onibus. Se tiver interesse entre em contato,  para maiores informações. andkelly2001@yahoo.com.br
tel 18 97942712 
Obrigada...
 

Comentário de Tadeu Bastos Gonçalves em 17 fevereiro 2011 às 12:10

Enquanto os empresários ficarem aguardando que alguém forme costureiras(o), o Brasil corre o risco de ter que importar roupa pronta, não só do Paraguai e da China como fazem...

Particularmente, venho comentando isto há mais de 10 anos e agora parece mais gente está despertando, porém, fazendo efetivamente, quase nada. Os cursos disponíveis, foram idealizados na década de 70 e pouco evoluíram, enquanto os processos e equipamentos nada tem a ver com os daquela época. O Senai, órgão que recebe contribuição das empresas industriais com o objetivo de treinar mão-de-obra, em algumas unidades chega a cobrar R$ 500,00 dos candidatos particulares para um curso de 60 dias, de onde saem sem saber passar linhas para uma máquina overlock. As entidades patronais precisam levantar esta bandeira.

Comentário de Fabrício Leite em 17 fevereiro 2011 às 7:30

Em São Paulo muitas oficinas de costura dependem da mão de obra dos bolivianos. Como estamos desde o inicio do ano passando por um período de "calmaria" nas produções, a MO está se deslocando para o Paraguai onde a solicitação é muito grande no momento. Muitos nem retornaram após as Festas de Final de Ano e já foram buscar a sorte no país vizinho.

E isso é motivo de preocupação para os empresários aqui do Brás que temem não darem conta das entregas por um gargalo na confecção.

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