Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Produtores têxteis da América Central estão optimistas

Os produtores têxteis da América Central estão optimistas na evolução positiva das suas exportações para o mercado norte-americano, num momento em que os grandes concorrentes asiáticos começam a olhar para o mercado interno. Também a perspectiva de um acordo de livre comércio com a UE está a elevar o ânimo da região.

ITV com esperança

Cinco anos após a assinatura do Dominican Republic-Central American Free Trade Agreement (DR-CAFTA), a debilitada indústria têxtil e de vestuário (ITV) da América Central está-se a sentir mais esperançosa que o acordo venha responder a alguns dos seus objectivos de investimento inicial – especialmente agora que a Ásia está a enfrentar problemas de produção e aprovisionamento.

«Acredito que vamos atrair mais investimento», afirma Carlos Arias, presidente da Denimatrix, empresa produtora de jeans na Guatemala. «Os países da região estão a beneficiar de forma significativa com o CAFTA e, apesar da demora para mostrar os benefícios, acho que eles virão, eventualmente»

Alfonso Hernández, director-executivo e presidente da Argus International, outra produtora de jeans e também de uniformes com fábricas de vestuário em El Salvador e Nicarágua, também se mostra optimista sobre o acordo. Hernández contrapõe alguns dos pareceres negativos, referindo que o acordo fez muito mais do que muitos afirmam. O director-executivo da Argus International diz que a região já angariou 500 milhões de dólares desde que o DR-CAFTA foi assinado como resultado do aumento das exportações isentas de impostos para os EUA. De igual forma, estima que foram criados cerca de 400 mil empregos, embora admita que muitos foram perdidos durante a recessão global.

À medida que a capacidade de exportação da Ásia cai com o aumento da procura interna e a economia dos EUA caminha para a recuperação, Hernandez espera que a América Central atraia mais 500 milhões de dólares em cinco anos, à medida que a produção faz uma recuperação gradual. No curto prazo, confia que as marcas norte-americanas vão voltar a investir para aumentar o aprovisionamento a partir da região, face ao aumento da procura aumenta. No entanto, os novos investimentos têxteis vão provavelmente levar algum tempo, já que entre 2006 e 2010 registou-se um frenesi de actividade.

Mais para o futuro, Hernandez espera que os produtores asiáticos intensifiquem os investimentos na América Central, à semelhança do que fez a Li & Fung, que criou uma unidade de produção vertical, atraindo grandes marcas como Liz Claiborne, Timberland, Kohl's e Oxford Brands.

As novas previsões de investimento oferecem um vislumbre de esperança para a recuperação das perdas registadas na América Central durante a recessão, que obrigou inúmeras fábricas a fechar e eliminou 50% da capacidade de produção em 2009.

Enquanto a Ásia, particularmente a China, já conquistou grandes encomendas das marcas norte-americanas e europeias nos últimos anos, algumas dessas encomandas deverão ser produzidas na América Central na sequência do aumento da procura interna de vestuário na China. Um fenómeno semelhante está também a acontecer na Índia e no Paquistão, onde os governos locais estão a forçar as empresas a responderem à procura local, apertando ainda mais a produção ligada à exportação. Os sindicatos chineses também estão a clamar por salários mais altos, enquanto os preços das principais matérias-primas, como o algodão, continuam a sua escalada, aumentando os custos de produção.

Além dos produtores norte-americanos, os observadores revelam que as marcas europeias de luxo e pronto-a-vestir, como Hugo Boss, Escada, Inditex (Zara) e Mango, estão a considerar investir na América Central para responder à crescente procura das suas redes de lojas em expansão na América Latina.

Simultaneamente, a América Central está a trabalhar para implementar um acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), que poderia duplicar o seu mercado de exportação em 2013, ano em que os observadores esperam que o tratado entrará completamente em vigor. UE, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá assinaram um acordo inicial em Maio passado.

Outros grandes produtores de Hong Kong, nomeadamente: Harry Lee e Wing Tai, também ponderam entrar no mercado nicaraguano. E se for estabelecido um acordo de livre comércio entre a UE e a América Central, as marcas europeias vão provavelmente investir massivamente, acrescentam os observadores.

Fonte:|portugaltextil.com|

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