Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Que Absurdo! A Câmara aprovou hoje um golpe de Estado! Nada menos do que isso!

O plenário do Congresso Nacional: os parlamentares decentes dos diferentes partidos precisam barrar a aberração imoral que se quer aprovar contra os direitos dos cidadãos (Foto: Agência Câmara)

É uma barbaridade!

A Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados — justamente a comissão de JUSTIÇA — aprovou hoje um projeto de emenda à Constituição que, se levado adiante, representará nada menos do que um golpe de Estado.

Contrariando uma multissecular tradição profundamente enraizada no Ocidente, contrariando o espírito da Constituição, contrariando o bom senso e as regras elementares da democracia, a emenda à Constituição pretende submeter ao Congresso decisões da Justiça que declare leis como inconstitucionais.

Isso ocorrerá – se essa loucura prosperar – sempre que o Supremo Tribunal Federal julgar procedentes as chamadas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adin) propostas por vários órgãos legalmente autorizados a isso (veja quais na lei que regula as Adins, parágrafo 2º).

Ou seja, deputados e senadores serão quem decidirão, em última instância, se vale ou não vale o que eles próprios aprovaram. Nesses casos, serão os juízes de si mesmos — em detrimento dos direitos e garantias individuais dos cidadãos, cuja garantia é a Justiça.

O Legislativo, sempre controlado, como os demais Poderes, pelo Judiciário nas nações civilizadas e decentes, será seu próprio controlador em determinados casos — e se colocará acima do Poder Judiciário.

É um escândalo, é uma imoralidade.

Se aprovada a emenda, haverá exceções, e exceções gravíssimas, ao princípio constitucional de que todo ato praticado por agente público — e não apenas esses, mas todo ato que gere consequências jurídicas — tem a GARANTIA de ser ou não, em última análise, referendado pelo Judiciário.

É o Judiciário, nos países civilizados, o supremo guardião das garantias constitucionais, que compreendem todos os direitos e garantias individuais — o direito de ir e vir, o direito à livre manifestação, o direito à livre expressão do pensamento, o direito de associação… Todos os fundamentos de uma sociedade livre e civilizada.

É o Judiciário, nos países civilizados, pelo menos desde os primórdios da República fundada nos Estados Unidos no século XVII, quem exerce o controle da constitucionalidade das leis.

Em certos países, como os próprios Estados Unidos, o papel cabe à Suprema Corte. Outras nações democráticas e civilizadas, como a Alemanha ou a Espanha, mantêm um Tribunal Constitucional específico, ao lado de uma Corte Suprema, que determina se leis aprovadas pelo Legislativo estão ou não de acordo com a Carta de Garantias, a Constituição.

O autor da emenda autoritária e imoral é o desconhecido deputado Nazareno Fontenele (PT-PI) (Foto: Beto Oliveira / Agência Câmara)

De todo modo, esse papel nobre cabe sempre ao Judiciário, um dos Poderes independentes do Estado.

A emenda propõe mais barbaridades, entre as quais:

* Sobe para quatro quintos o quórum para o Supremo declarar uma lei inconstitucional.

* Proíbe que ministros do Supremo concedam liminares em mandado de segurança para suspender — até o julgamento final pela Corte — a eficácia de emendas constitucionais.

* Determina que as súmulas de jurisprudência vinculantes (mecanismo editado pelo STF que deve ser seguido por todas as instâncias do Judiciário, com base em decisões repetidamente adotadas pela corte — mecanismo destinado a agilizar a Justiça)) também serão submetidas ao crivo do Congresso antes de entrar em vigor.

Como ocorre com muitos dos trabalhos “sujos” no Congresso, a emenda foi originalmente apresentada por um deputado medíocre, obscuro, de quem ninguém nunca ouviu falar — um certo Nazareno Fonteles, do Piauí (e do PT, é claro!). Ele alcançará, agora, seus 15 minutos de fama, exercendo esse triste papel.

Como a base parlamentar aliada ao governo Dilma está apoiando essa monstruosidade, parece, mesmo, ser a retaliação contra o Supremo prometida pelo ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS).

Querem castrar o Supremo!

Querem amordaçar a Justiça!

Querem se vingar pelo fato de a corte ter cumprido a Constituição e as leis e enviado os mensaleiros para a cadeia.

Já dominam o Legislativo com os métodos que todos conhecemos. Agora, querem que esse Legislativo, que controlem, dominem também o Judiciário.

A democracia estará ameaçada com esse golpe de Estado branco se ele seguir adiante no Congresso.

Os homens de bem da Câmara e do Senado, de todos os partidos — e, não tenham dúvida, eles existem — estão com a obrigação cívica de se oporem a esse ato ditatorial.

eja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/

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Comentário de julio cesar de souza em 26 abril 2013 às 1:09

CAROS AMIGOS, OS CORRUPTOS ESTÃO ARTICULANDO

VÁRIAS MANEIRAS DE SE ESTABELECEREM PERMANEN-

TEMENTE NO PODER E ISTO ESTA CLARAMENTE DEMONS-

TRADO NAS ÚLTIMAS ATITUDES TRESLOUCADAS DOS

PARTIDOS DA BASE DO GOVERNO PETISTA, O PRÓPRIO PT

E SEU BRAÇO FORTE, POIS SEM ESTE O GOVERNO LULISTA

JÁ TINHA CAÍDO EM DESENCANTO, O PMDB.

ALÉM DE TOMAREM DO JUDICIÁRIO O PODER DE FAZER JUS-

TIÇA AINDA ESTÃO ARTICULANDO MEDIDAS DE IMPEDIMEN-

TO DA CRIAÇÃO DE NOVOS PARTIDOS, QUE PODERÁ ESVAZIAR

AMBOS OS PARTIDOS E ASSIM TIRAR-LHES A ÚNICA FORÇA QUE

TÊM, O TAMANHO DA BANCADA DE APOIO.

VIVEMOS UMA PROFUNDA CRISE DE MORAL POLÍTICA COM AS 

IMORALIDADES PRATICADAS PELO "congressinho nacionalzinho"

EM CONLUIO COM O LULISMO(A MAIOR TRAIÇÃO POLÍTICA SO-

FRIDA PELA NAÇÃO QUE APOIOU UM SONHO, O DE VER UM "TRA-

BALHADOR"(????????) NO PODER). 

Comentário de Romildo de Paula Leite em 25 abril 2013 às 9:57

Querem castrar o Supremo!

Querem amordaçar a Justiça!

A democracia estará ameaçada.

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