Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

 Recentemente participei de um evento em Belo Horizonte (MG) para debater o mercado de trabalho de moda. Fui a mediadora de uma mesa-redonda composta de empresários de diversos elos da cadeia têxtil, profissionais de RH e profissionais autônomos. Na plateia, estudantes, professores e profissionais de moda ouviam atentamente o debate sobre que tipo de profissional as empresas de moda buscam hoje.

Para começar, trouxemos alguns dados importantes.

Segundo pesquisa do Manpower Group divulgada no primeiro semestre deste ano, o Brasil é o segundo país do mundo onde as empresas mais têm dificuldade para preencher vagas. Entre as empresas pesquisadas, 68% sentem o problema – quase o dobro da média mundial, que é de 35%. O primeiro lugar é do Japão, onde 85% das empresas reclamam da falta de talentos.

E aí surge a pergunta: o que é “talento”?

É ter profundo conhecimento técnico e excelente habilidade, com anos e anos de prática? O que outras pesquisas mostram e o que o debate nessa mesa-redonda mineira apontou é que talento hoje não é mais isso.

Analisando dados de pesquisa realizada pela revista Você S/A no ano passado, percebe-se que 82% das demissões realizadas em 2011 pelas empresas pesquisadas se deram por questões ligadas à falta de inteligência emocional e não por falta de conhecimento técnico. Problemas de comportamento, relacionamento, liderança, entre outros.

Pesquisa realizada pelo Carreira Fashion com empresas de moda de São Paulo sobre como elas veem o perfil dos egressos das escolas de moda apontou que os pontos fracos dos jovens são: paciência, persistência e espírito empreendedor. Ou seja, também não são questões de conhecimento técnico, mas de atitude.

As histórias profissionais dos integrantes da mesa-redonda mineira eram, acima de tudo, histórias de pessoas que construíram uma carreira de sucesso em moda justamente porque tiveram características e atitudes decisivas.

Pedro Julião, proprietário da Dream Estamparia, contou como começou sua empresa de maneira caseira, com a ajuda de familiares e amigos, na base da tentativa e erro, mas sempre com muita persistência, até chegar ao patamar atual de ser uma das maiores do Brasil.

Sibelle Menezes, corretora de moda, falou sobre como sua força de vontade e habilidade de negociação abriram portas e a levaram ao ponto de sucesso em que está hoje.

Pollyanne Lessa, diretora-executiva da Horizonte Têxtil, colocou que todas as pessoas que tiveram sucesso trabalhando em sua empresa foram pessoas que “pensavam como o dono”.

O debate deixou claro que focar apenas em conhecimentos e habilidades técnicas não é o suficiente. São necessários autoconhecimento, comportamento e atitude. E é isso que as empresas esperam dos profissionais.

 

Angela Valiera é counselor de carreiras em moda, designer de inovação e novos mercados do Carreira Fashion, empresa de RH especializada em moda, e coordenadora da EnModa – Escola de Empreendedores.

http://www.costuraperfeita.com.br/edicao/23/materia/coaching.html

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