Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A participação dos importados no consumo interno de vestuário no Brasil deve subir de 9,3% em 2011, para 13,8% este ano, de acordo com a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), que reúne as 12 maiores redes varejistas de roupas do país. Segundo Edmundo Lima, diretor da entidade, esse crescimento ocorrerá independentemente das oscilações do câmbio, uma vez que a indústria nacional hoje não é capaz de suprir toda a variedade exigida pelas lojas.

Os importados vêm ganhando mais espaço nas araras e prateleiras nos últimos anos, período em que a demanda dos consumidores se desenvolveu a passos mais largos que a indústria de confecções local. Em 2007, os produtos que vinham de fora do país respondiam por menos de 4% do consumo interno de vestuário. "Não é mais só uma questão de preço. O produto que hoje vem da Ásia é competitivo em acabamento, tecido e moda", diz Lima. Frente à 2011, ele estima um crescimento de mais de 40% nas importações de vestuário, que devem alcançar 900 milhões de peças.

Nas grandes redes de "fast fashion", diz Lima, a fatia de produtos importados no faturamento fica acima da média, variando entre 15% e 30%. "As grandes companhias têm mais acesso ao fornecedor internacional por serem capazes de comprar em maior escala."

Com o fornecedor local, no entanto, as empresas conseguem mais rapidez na reposição de peças. Por causa disso, há uma preocupação das varejistas associadas à Abvtex (como C&A, Renner, Hering, Zara, Riachuelo, Marisa e Pão de Açúcar) quanto ao desenvolvimento da indústria nacional. Em boa parte também porque a maior penetração dos itens estrangeiros no mix amplia os riscos na operação das empresas. E não é apenas devido às oscilações do dólar que podem comprometer suas margens. "As coleções precisam ser encomendadas com muita antecedência. A possibilidade de erro aumenta", avalia.

Por causa disso, ele afirma que as redes devem limitar a fatia de importados no seu portfólio. "Nunca será mais da metade", diz.

Segundo Lima, para desenvolver a indústria nacional de vestuário, é preciso medidas mais "profundas", além da desoneração da folha salarial, que contemplou o setor com Plano Brasil Maior. "O que vemos hoje são fabricantes limitando seu crescimento para não serem excluídas do Simples [imposto único para micro e pequenas empresas]".

O Brasil é o quarto maior produtor de vestuário do mundo depois de China, Índia e Paquistão, que juntos respondem por 57% da fabricação mundial. A indústria de confecção local conta hoje com 25 mil produtores. Os cinco maiores não possuem nem 5% do mercado. "É preciso criar condições para que ocorra um movimento de consolidação nesse setor", diz, reforçando que isso facilitaria o controle de qualidade e padronização dos produtos pelas varejistas.

Segundo levantamento da Abvtex em parceria com o Instituto de Marketing Industrial (Iemi), o varejo de vestuário no Brasil movimentará R$ 156,9 bilhões este ano, uma alta de 4,7% em relação ao ano passado. O crescimento deve ficar abaixo do registrado em 2011 (8,7%). E, de 2006 para cá, o desempenho do setor só não deve ser pior que o de 2009, ano da crise financeira internacional, quando o faturamento cresceu apenas 2,5%. Em volume de peças, a entidade projeta um avanço de apenas 1,5%.

Para Lima, o modesto crescimento do setor este ano se deve a um conjunto de fatores como desaceleração da demanda interna, alto endividamento das famílias e inverno atipicamente quente, que está frustrando a venda das coleções de maior valor agregado - as de frio. "Mal acabou o Dia dos Namorados e as redes começaram a liquidar as roupas de inverno em pleno inverno. Há um temor de ficar com o produto encalhado".

FONTE: VALOR

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