Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Investigadores da Brunel University, de Londres, estão a trabalhar num projeto para explorar se bactérias encontradas em resíduos de poliestireno podem ser usadas para decompor fibras de poliéster.

[©Brunel University]

Os investigadores enriqueceram resíduos de poliestireno expandido encontrados numa praia na Irlanda para isolar uma bactéria que contém três enzimas que podem decompor poliéster.

A equipa da Brunel University está a estudar microrganismos que conseguem degradar plástico na expectativa que estes ou as enzimas que decompõem plástico possam ser usadas para gerir o problema da poluição por plásticos.

«Se os microrganismos conseguirem decompor plástico que não pode ser reciclado, isso irá reduzir a quantidade de plástico que é incinerada e enviada para aterro», explica Ronan McCarthy, um dos autores do estudo “Enrichment of native plastic‐associated biofilm communities to enhance polyester degrading activity” publicado no jornal Environmental Microbiology.

«Muitos dos microrganismos e enzimas que degradam plástico têm naturalmente uma baixa eficiência, por isso temos de selecionar os organismos que têm uma maior eficiência ou fazer com que as enzimas trabalhem melhor. Percebemos que as comunidades nativas dos resíduos de plástico podem ser enriquecidas para criar comunidades que têm uma melhor atividade de degradação através da nossa experiência. Este método pode ser aplicado a qualquer resíduo plástico e as condições da experiência de enriquecimento podem ser adaptadas para otimizar o isolamento de bactérias apropriadas para cultura industrial. Também identificámos três enzimas específicas que podem estar envolvidas na decomposição de poliéster», acrescenta.

O investigador refere que apenas 9% de todos os resíduos plásticos são reciclados, até porque o plástico só pode ser reciclado algumas vezes. «O plástico que não pode ser reciclado é incinerado ou enviado para aterro, mas uma solução mais amiga do ambiente pode ser usar microrganismos para degradar o plástico e os produtos resultantes podem ser usados em diferentes indústrias ou até para fazer novo plástico», refere Ronan McCarthy. «Queríamos encontrar novas bactérias que pudessem decompor plástico, especificamente queríamos recolhê-las de resíduos plásticos no ambiente para melhorar as hipóteses de serem capazes de fazer a decomposição», salienta, acrescentando que não só queríamos isolar a comunidade nativa dos resíduos plásticos, mas também melhorá-la, porque a atividade natural de degradação de plástico tende a ser demasiado lenta e ineficiente para aplicação na indústria».

As experiências, que foram feitas em policaprolactona (PCL), um modelo para a degradação de poliéster, mostraram que sete das comunidades enriquecidas conseguiram degradar o PLC melhor do que a comunidade original, com destaque para uma estirpe específica, que, após uma análise detalhada, revelou ter «três supostas enzimas com sequências [de genoma] semelhantes às das enzimas conhecidas que degradam poliéster e PET», destacou Ronan McCarthy.

Os investigadores vão agora aprofundar os estudos «para confirmar se [as enzimas] são ativas face ao poliéster. Se forem, podem ser adicionados ao reportório das enzimas conhecidas por degradar plástico, que podem ser trabalhadas para terem uma melhor atividade», indica o investigador.

https://portugaltextil.com/residuos-de-plastico-degradam-poliester/...

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