Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Retomada de venda externa é lenta para indústrias têxteis

Retomada de venda externa é lenta para indústrias têxteis

Por: InterFace

O mercado de cama, mesa e banho, que no ano passado produziu o equivalente a US$ 6,5 bilhões e exportou US$ 33 milhões vive mais um ano difícil. O mercado interno se retraiu e as vendas externas não dão sinal de melhora. As indústrias do setor, que buscaram avançar no mercado externo aproveitando a alta do dólar, ainda não obtiveram ganhos com a iniciativa. As empresas que se voltaram ao mercado doméstico tiveram que ampliar os gastos com licenciamento e inovações, para atrair os consumidores.

De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), no período de janeiro a agosto, as exportações de artigos de cama, mesa e banho somaram 1.991 toneladas e movimentaram US$ 19,86 milhões. Em volume, houve queda de 3,7% em comparação ao mesmo período de 2014. Em receita, a retração foi de 14,36%. No período, as indústrias reduziram o preço médio de exportação das peças em 11%. "Tem sido difícil retomar as exportações. O mercado internacional não está muito receptivo", afirmou João Marchewsky, presidente do conselho de administração e sócio controlador da catarinense Buettner. O executivo acrescentou que o esforço feito pela companhia até o momento rendeu contratos novos no mercado externo, mas a perspectiva é que o crescimento das exportações se dê a partir do quarto trimestre.

No segundo trimestre do ano, as exportações da Buettner atingiram R$ 7,07 milhões, com aumento de 21,5% em relação ao segundo trimestre de 2014. A receita líquida total da companhia aumentou 13,4%, para R$ 32 milhões. A Buettner fechou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 6,6 milhões, ante um prejuízo de R$ 5,9 milhões um ano antes, com elevação nas despesas. Marcelo Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), ponderou que as empresas brasileiras ficaram muitos anos fora do varejo internacional de cama, mesa e banho e a retomada de clientes é um processo demorado. "Neste momento as indústrias começam a fazer entregas de teste, faz parte do processo de retomada da confiança", afirmou. Para o analista, as empresas tendem a apresentar melhora nas exportações a partir de 2016. O Iemi projeta para o ano de 2015 uma queda nas exportações de itens de cama, mesa e banho de 0,3%, para 15,4 milhões de peças, e queda de 5,5% nas importações, para 63,6 milhões de unidades.

O consumo no país está estimado em 797,3 milhões de peças, volume 2,8% inferior ao de 2014. A produção nacional, segundo o Iemi, terá queda de 2,5% neste ano, para 749,1 milhões de unidades. Os resultados das companhias do setor refletem a dificuldade de retomada das exportações. A Karsten também relatou, no primeiro trimestre do ano, uma queda de 63,4% nas vendas externas, chegando a 107 toneladas de produtos. No mercado interno, a queda foi de 38,2%, para 1,5 mil toneladas. A Karsten ainda não divulgou resultado do segundo e terceiro trimestres. A Teka, por sua vez, apresentou aumento de 64,6% nas exportações no segundo trimestre, com receita de R$ 3,8 milhões, montante 64,6% acima do registrado no mesmo período de 2014. Apesar do índice alto, o montante é baixo se comparado à lider no setor, Springs Global, controlada pela Coteminas.

A Springs Global, dona das marcas Artex, Santista, MMartan e Casas Moysés, registrou no segundo trimestre receita de R$ 199,8 milhões com vendas na América do Norte, e crescimento de 34,4% ante igual período de 2014. Sidnei Abreu, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), observou que a crise na economia brasileira também afeta o desempenho no mercado interno das indústrias. "As empresas que apresentam crescimento são as que dão alguma diferenciação aos seus produtos", disse. Um desses casos é a catarinense Cia. Fabril Lepper, que concentrou seu foco no segmento de produtos infantis, mantendo com isso um aumento de 8% nas vendas em relação ao ano passado. A Lepper fez um acordo com a Cartoon Networks para ampliar de 17 para 23 o número de marcas infantis licenciadas para produção de toalhas e roupas de cama.

Ênio Alfredo Kohler, diretor comercial da Lepper, disse que as vendas de produtos licenciados, que representavam 40% da receita da companhia em 2014, aumentaram para 50% neste ano. "Essas linhas infantis têm sustentado o nosso crescimento em 2015%", disse.

FONTE: VALOR

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