Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Reunião do Copom é destaque em semana marcada por feriados

Agenda

 

 

No pregão de segunda, investidores repercutem o relatório sobre as reservas da OGX. Na cena externa, dados imobiliários nos EUA e ata do BoE na Europa centram as atenções

 

São Paulo – A semana compreendida entre os dias 18 e 22 de abril será mais curta por conta dos feriados de Tiradentes e Páscoa, previstos para quinta-feira (21) e sexta-feira (22). Apesar disso, os próximos dias úteis contam com eventos econômicos importantes, tanto no cenário doméstico como internacional.

No Brasil, o grande destaque fica para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que definirá os rumos da política monetária e o futuro da taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 11,75% ao ano. Dados de inflação, como a segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) e o IPCA-15 (Índice Preços ao Consumidor Amplo), ambos de abril, também centram as atenções.

No exterior, dados do setor imobiliário dos Estados Unidos são destaque. A atenção se volta também para a ata da última reunião do Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

O Ibovespa, principal índice de ações brasileiro, encerrou o pregão de sexta-feira (15) com valorização, após cinco quedas consecutivas, beneficiado pelo avanço de companhias do setor de petróleo e gás. A alta foi de 0,61% no pregão, aos 66.684 pontos. Na semana, a baixa acumulada é de 2,96%.

“Não temos grande otimismo para o desempenho da bolsa paulista nesta semana em vista da tensão que prevalece na Europa e Oriente Médio, além da possibilidade de novas medidas contracionistas na China e desalento econômico nos EUA”, estima a equipe de pesquisa da Coinvalores, liderada pelo analista Marco Aurélio Barbosa.

 

 

Mercado brasileiro repercute relatório da OGX

A OGX, braço petrolífero do Grupo EBX, do bilionário brasileiro Eike Batista, elevou na sexta-feira (15), após o fechamento dos mercados, sua projeção de recursos potenciais de óleo e gás para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). A estimativa anterior era de 6,8 bilhões de barris. A revisão foi baseada em um relatório da consultoria independente DeGolyer & MacNaughton (D&M), especializada no setor.

O documento era amplamente aguardado pelos investidores, pois atualiza os recursos potenciais de barris de óleo equivalente (boe) e amplia agora o tamanho da empresa, trazendo mais clareza aos investidores sobre a capacidade da companhia em cumprir suas metas.

As ações ordinárias da OGX (OGXP3) fecharam a última sessão com alta de 3,15%, negociadas a 19,65 reais. Analistas consultados por EXAME.com antes da divulgação do relatório apostavam que, caso os números deste novo documento viessem superiores aos 6,8 bilhões de barris de petróleo equivalente (boe) anunciados em 2009, as ações da companhia iriam registrar forte valorização no pregão de segunda-feira (18).

Em entrevista recente, Oswaldo Telles, analista-chefe da Banif Corretora, afirmou que o mercado ainda não precificou os dados positivos que o relatório da OGX poderia fornecer. Diante deste cenário, ele prevê um potencial de valorização de até 20% nas ações da companhia.

“Se os recursos potenciais riscados líquidos vierem positivos, acredito que os papéis ganharão fôlego para subir”, estimou Telles, cuja recomendação é de compra para as ações da companhia. No acumulado de abril, os papéis da OGX registram queda de 2,77%, enquanto no ano a desvalorização é de 3,78%.

 

 

Brasil: dados de inflação e reunião do Copom

A reunião do Copom é o grande destaque na agenda nacional, prevista para ocorrer na terça (19) e quarta-feira (20). O mercado continua apostando que os membros do BC manterão o aperto monetário, e estima por um avanço entre 0,25 ponto percentual (p.p.) e 0,50 p.p. na taxa Selic durante o próximo encontro.

“Esperamos nova alta de juros para 12,25% (menor do que as previstas no começo do governo Dilma) e mais medidas alternativas visando o arrefecimento doméstico (seguindo o novo receituário adotado pelo Banco Central)”, estima a Coinvalores.

A equipe de pesquisa do Banco Fator, liderada pela analista Lika Takahashi, também compartilha a mesma projeção: aumento de 0,50 p.p., para 12,25%, apesar “da opinião dos analistas de mercado estarem bem dispersas”.

No último relatório Focus, divulgado em 11 de abril, o mercado não alterou sua projeção para a taxa Selic, que deve ficar em 12,25% ao ano no final de 2011. Para o fim de 2012, as expectativas apontam para uma Selic de 11,50%, frente a uma previsão de 11,25% na semana anterior.

A divulgação de indicadores de inflação, que chamaram a atenção do mercado nas últimas semanas, continua e também centra os olhares dos investidores. “O avanço dos preços continua sendo ‘a bola da vez’ e as leituras preliminares (IPC-S, IPC e IGP-M) bem como o IPCA -15 de abril ainda devem apontar inflação, fomentando desconforto no mercado”, prevê a Coinvalores.

Ainda antes do dia de Tiradentes (21), o IBGE divulga na terça-feira a taxa de desemprego, referente a março, que deve reforçar a perspectiva de aquecimento interno. A projeção do Banco Fator é de alta de 6,4% no mês anterior para 6,8%.

 

 

Internacional: setor imobiliário nos EUA e ata do BoE na Europa

Os dados sobre o setor imobiliário nos Estados Unidos são destaque lá fora. Sairão números sobre o início de novas construções, licenças para construções, vendas de casas existentes, confiança dos construtores e o índice de preços de casas FHFA.

“Estes números podem injetar algum ânimo nos mercados. Contudo, vale lembrar que a recuperação por lá deve ser vagarosa, tendo em vista o consumo e mercado de trabalho ainda fragilizados”, alerta a Coinvalores. Para o Banco Fator, “os dados têm sido muito ruins recentemente, mostrando demora na recuperação (da economia), quando não contração”.

Na quinta-feira (21), saíra o índice de atividade do escritório do Federal Reserve na Filadélfia. O indicador pode mostrar algum arrefecimento após a forte aceleração vista nos últimos meses, porém ainda deve apontar crescimento, estima o Banco Fator.

Na Europa, o que chama a atenção do mercado é a minuta da última reunião do BoE na quarta-feira (20). No encontro foi decidido que os juros por lá permaneceriam em 0,50% ao ano. Contudo, são três os membros que apostam na alta da taxa básica. Será importante observar se houve mudança no quadro de votação, já que outras autoridades monetárias, como o Banco Central Europeu (BCE), já começaram a elevar o juro. 

 

 

 

FONTE: 

por Marcel Salim

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