Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A palavra parceria sofreu tanto desgaste que tem sido evitada.

 

O pressuposto básico da parceria é a estratégia  ganha-ganha,  usada  também na resolução de conflitos, visando beneficiar todos os envolvidos.

 

Suas raízes são formadas pela cooperação, compartilhamento, fraternidade, igualdade, atendendo a visão holística.

 

A palavra “holos” tem sua origem no grego e significa inteiro, todo.

 

Dessa forma, a parceria não deveria separar revendedor e fornecedor, mas torná-los “agente único” no atendimento ao cliente final.

 

É o que acontece?

 

Dificilmente, pois com tantas ofertas o revendedor diz ao fornecedor: - Você é capaz de me dar um bom motivo para comprar seus produtos?

 

Aqui reside o primeiro ponto a ser debatido. O revendedor não abriu uma empresa para comprar produtos, mas para revender. Como, no processo, para o fornecedor ele é apenas um comprador, exige as melhores condições.

 

O fornecedor, necessitando do revendedor, cederá mediante determinadas vantagens. Chegamos ao segundo ponto.

 

A negociação se desenrola, tendo no palco, como atores, as vantagens.

 

O processo, uma vez que não tenha como base a condição  ganha-ganha, é conduzido no ganha-perde, onde se procura a  maximização dos ganhos e minimização das perdas,  dos dois lados.

 

Difícil falar em parceria nessa situação? Parece não haver dúvidas, concorda?

 

Apesar disso, surge um ponto conflitante que coloca mais lenha na fogueira.

 

Quando as marcas do fornecedor e de seus produtos têm grande aceitação,  interessam ao revendedor, pois atrairá clientes e lhe dará visibilidade.

 

E, claro, quando a visibilidade do revendedor é significativa, interessa ao fornecedor, pois ali está a vitrine que tanto necessita.

 

A dificuldade de sintonia surge quando há  desequilíbrio de forças e  exercício extremado de poder. Nesse caso há total esvaziamento na estratégia ganha-ganha.

 

O revendedor fará a sua escolha, afinal as ofertas costumam ser substancias e variadas, assim como o fornecedor, quando tem oportunidade e possibilidade.

 

Isso tem levado empresas, detentoras de  produtos cujas marcas atingiram a excelência de reconhecimento, a questionar: Revendedor, para que te quero?

 

Nesse momento voltam seus olhos e estratégias para atendimento ao cliente final.

 

É um processo complexo? Sim, afinal administrar  uma variedade de depósitos e lojas, aumenta consideravelmente o volume de trabalho e despesas , mas  também permite adicionar a margem de contribuição da revenda ao próprio negócio.

 

Essa é uma questão que costuma ser discutida com frequência, afinal vale a pena?

 

Vale a pena quando o saldo desse balanço é positivo, logicamente, e há aspectos mercadológicos importantes como a proximidade com os consumidores, para coletar opiniões e influenciar comportamentos e decisões.

 

Não faltam produtos cujas compras são feitas por impulso e outros que demandam orientação técnica, por exemplo, esses são casos em que o acesso ao consumidor, no momento da decisão de compra fará toda diferença.

 

Poderíamos pensar que os concorrentes sempre  ficariam felizes, afinal seria um a menos na disputa por espaço naquele revendedor.

 

Grosso modo diríamos sim, mas nem sempre é isso que acontece.

 

A perda de produtos com marcas relevantes pode levar ao esvaziamento da loja do revendedor ou torná-lo fornecedor de produtos populares, de baixo valor, com isso os fornecedores que ali permaneceram  serão pressionados a reduzir seus preços e, consequentemente, obterão margens menores.

 

É importante destacar, também,  que aquele fornecedor, cuja marca detém a preferência de muitos clientes, poderá ter sua loja nas proximidades dos antigos revendedores.

 

Uma vez  revendedor, temos sempre que ter em mente a pergunta : Revendedor, para que te quero?

 

O exercício ganha-ganha não é tão simples e fácil como defende a teoria, mas não custa iniciar as negociações por ele.

 

 

Ivan Postigo

Diretor de Gestão Empresarial

Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652

www.postigoconsultoria.com.br

Twitter: @ivanpostigo

Skype: ivan.postigo

 

Conheça e recomende a série de FREE Vídeos  Monografias e TCC – Elaborados Pensando em Você -  trabalho desenvolvido pela Professora Rosangela Maria Enéas.

http://projetosetcc.blogspot.com/p/videos.html

Exibições: 71

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comentário de Ivan Postigo em 14 junho 2011 às 10:26

Bom dia Marcos,

Obrigado pelas observações.

Um trabalho de valorização das lojas de  varejo multimarcas  é importante que seja feito, pois este não só emprega como é o ponto determinante da inovação.

A moda, em todos seus aspectos, tem seu nascedouro nas periferias e é o varejo que tem o poder colocá-las em evidência.

A profissionalização é dificil porque está associada a estudos leituras, reflexões e o amador tem pressa e necessidades.

O modelo de varejo precisa ser repensado, o círculo vicioso está cobrando alto preço.

Abraço

 

Ivan Postigo

 

Comentário de Marcos Neri Poffo em 11 junho 2011 às 22:43

Oi Ivan, incrível seu artigo.

Ele vem a tona, num momento onde se destacam empresas que atendem o varejo em grande escala, no caso dos magazines, que trabalham com marcas desconhecidas, ou a deles mesmos, tercerizando toda a parte criativa/produtiva do produto em si,  e tiveram um aumento nas vendas, significativamente superior ao da própria industria textil. Vendo algumas matérias sobre o assunto, observamos que as 4 maiores redes que atuam no brasil, nao detem 1% da comercializacao do artigo textil, ou seja, tem um mercado magnífico ainda pela frente, ainda mais, com os benefícios oferecidos pelos shoppings center a esse tipo de loja, nomeando-as "ancoras", e isentando-as de diversos custos rateados aos pequenos lojistas, ficando muito mais evidente que é um mercado muito promissor, porém para poucos.

Outro ponto que toca esse assunto é, em muitos casos, a falta de profissionalização do "revendedor". Acredito que as indústrias, quando chegam a um nível organizacional extremamente profissional, começam a ter dificuldades principalmente no fato ganha-ganha, isso fica claro, ao observarmos o grande numero de revendedores com mais de 20 anos de mercado, reduzindou sua estrutura ou até extinguindo do mercado, o que automaticamente, leva a indústria a buscar este mercado direcionando seu foco ao publico final, ja que sua marca, esta consolidada.

Acredito que sim, um mercado futuro depende mais diretamente da industria, do que propriamente do revendedor, principalmente, se observarmos o mercado internacional, onde as grandes marcas, desenvolvem seu produto no país raiz, confeccionam em países emergentes, e distribuem mundialmente em sua propria rede de lojas varejistas.

Um Grande abraço, e foi sem dúvida, um excelente artigo.

 

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço