Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Reynaldo-BH e o caso Celso Daniel: “Quem está no esgoto conhece o caminho dos ratos”.

Volto a um tema que já foi objeto de posts e comentários neste blog.

Creio que deveria ser – mais até que o mensalão – o ponto focal do Brasil. Talvez por ser tão assustador – pelo ato em si –, alguns preferem ignorar ou minimizar.

Homicídio é o crime que mais causa repulsa social. Desde a antiguidade, matar outrem é considerado a maior agressão à sociedade. É o crime por excelência, no dizer de Nelson Hungria.

É até comum que criminosos (que cometeram outros tipos penais) entendam “crime” como somente homicídio.

Poucos tipos penais possuem tantas e diversas agravantes. Sempre baseadas na motivação. Do motivo fútil à violenta emoção.

O que dizer do assassinato de Celso Daniel?

Seja pelos motivos, pela engrenagem da execução ou ainda pela tentativa de ocultar outros crimes.

É vendeta buscar a punição dos verdadeiros culpados?

Tentemos esquecer os aspectos políticos. Volto a eles mais adiante.

Quem aceita que se tire a vida de um ser humano e se transforme este crime em um “resultado do acaso”, quando tudo indica que foi uma encomenda? Quem se sente seguro num estado de direito que ignora a maior das agravantes, que é o crime por encomenda? É disto que se trata.

Há um cadáver. Jogado como lixo em uma estrada. E existem assassinos. E estes – pela lei – não são somente os que apertaram o gatilho. Mas também, e principalmente, os que planejaram a execução ocultos nas sombras covardes que cobrem os mandantes.

Pode ser Celso Daniel ou o seu José que enfrentou os traficantes em uma favela.

A garantia da vida e da integridade pessoal é o maior valor da humanidade.

O assassinato de Celso Daniel não deve ser usado como instrumento político. Porque não é. Se havia – e eu creio que há – uma estrutura de poder por trás do homicídio, que seja uma agravante. E caso de análise política. Mais uma.

Quem tenta reduzir – como tentam os lulopetistas – este homicídio e a necessidade de elucidação a mera disputa partidária comete mais uma agravante. Revela uma distorção de caráter que facilita a imputação do que é, por enquanto, suspeita.

Não se deve temer a Justiça. A menos que haja motivos para tanto.

Não voltarei a elencar os indícios, gravações e comportamentos dos envolvidos, em especial Sombra, Gilberto Carvalho e a viúva que se alegrava pela morte ocorrida. Desnecessário. Quem tiver curiosidade que pesquise no Google.

Do mesmo modo que um dia um pateta disse que o mensalão seria visto somente como uma piada de salão (mesmo com os aspectos pornográficos da “piada”), e agora está ensaiando o pretório humorístico para recitar no salão do presídio, é necessário que os verdadeiros responsáveis por este crime sejam punidos.

Até de modo mais intenso. Repito, há um cadáver.

Quem trouxe o tema à cena foi o condenado por ser o esteio financeiro do PT. O que era companheiro, frequentador de ministérios, gabinetes presidenciais e salas onde só se entra com permissão, seja pela amizade ou confiança. E hoje é um “desequilibrado”, como dizem petistas de alto coturno.

Eu enxergo o Valério petista e operador da corrupção partidária como um desequilibrado. E, hoje, como um homem que sabe que sua vida vale menos que a de uma barata. Celso Daniel parece comprovar esta conclusão.

É assustador? Sim, a ponto de custarmos a acreditar no que ouvimos e nas evidências (mais que indícios) disponíveis.

Marcos Valério quer benefícios com esta revelação? Sim, óbvio. Este sempre foi o jogo do escroque. Ou alguém ainda acredita que os milhões roubados e desviados dos cofres públicos repassados ao PT, fazendo ponte nas empresas do condenado, foram somente decorrentes de uma ideologia?

Isso desmerece as provas que possa apresentar? Ou precisaremos de um cardeal da Igreja Católica para falar algo sobre o assunto? Quem está no esgoto conhece o caminho dos ratos. Não se exige isto de quem não convive com os mesmos.

Pede-se – com justeza – a condenação de assassinos da ditadura. Seriam diferentes de assassinos que tentavam manter, calando quem não suportava o butim, um projeto de poder sem limites?

A vergonha não está no cadafalso. Mas nos motivos que levaram o condenado até lá.

Que o Brasil não tenha receio de encarar este pesadelo.

Acordar de um pesadelo é saudável.

Continuar nele é apavorante.

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/

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