Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Reynaldo-BH e o julgamento do mensalão: ‘Ficou a lição. Eles não podem tudo. E nós podemos mais do que imaginávamos’

REYNALDO ROCHA

O Brasil ganhou. Ao menos o Brasil que merece ser chamado de pátria.

Os brasileiros que merecem este nome ganharam. Os que fazem parte da verdadeira nação brasileira.

E isto já é muito.

Uma vitória não se encerra em mesma. Ela é feita de pequenas ─ ou grandes ─ conquistas sem as quais não haveria o resultado final. Não existe vitória do acaso. Nem coincidências sem nexo.

Reafirmamos na prática ─ para desespero dos protoditadores travestidos de reformistas sem causa a defender ─ a importância da liberdade de imprensa. O quanto é essencial dar espaço às opiniões, críticas e verdades históricas. Fugindo da falsificação e repudiando o engodo populista.

A imprensa que não pressiona, mas não se deixa pressionar. A liberdade de chamar as coisas pelos nomes: corrupto é ladrão e criminoso condenado é bandido.

E a força das ditas novas mídias. Que, quando alicerçadas nos velhos valores ─ ética, honestidade e coragem ─ repercutem o sentimento da parte decente da sociedade. E expõem a indignidade dos que pretendem usar a nova forma de interação de comunicação como mais um instrumento de propaganda oficial.

Nos blogs independentes (este espaço sempre foi um dos mais aguerridos) não se fez ouvir uma palavra de ordem. Nem um pensamento único. Tais aberrações estavam ao lado de quem jamais entendeu a liberdade de imprensa e o alcance deste novo modelo de manifestação da cidadania, mesmo que virtual.

Quem por aqui sempre esteve ─ e estará ─ comungava da mesma esperança. Do mesmo sentimento de indignação. Do mesmo sentido da luta difícil (mas necessária) contra zumbis teleguiados e debatedores agressivos, violentos e, por consequência, desprovidos de capacidade intelectiva.

Foi a manifestação de muitos que fez com que um ministro do STF liberasse os autos para julgamento, após atingir o que acreditávamos ser o ápice da atuação jurisdicional partidária. Mais uma inovação maligna desta Era da Mediocridade.

Engano.

Era o início da transformação de um “juiz” em advogado de defesa.

E aqui outra batalha foi vencida. A transparência das sessões. Transmitidas ao vivo pelas TVs e sites da WEB, induziram os companheiros dos bandidos a tentar censurá-las. A ideia de proibir a transmissão de julgamentos morreu no útero. Foi somente mais um exemplo do servilismo que caracteriza os áulicos de sempre. Prontos a expor barbarismos como se fossem posições políticas. Nunca foram.

Essa transparência fez um bem imenso ao país.

Hoje, ao fim do julgamento histórico, milhares de cidadãos sabem o que significa Estado de Direito, devido processo legal, constitucionalidade das leis, prestação jurisdicional ─ e compreendem a importância do Poder Judiciário.

Discutimos a legitimidade da escolha de ministros do STF e a aberração que é confundir o mais alto posto do Judiciário com um cargo de confiança dos poderosos de plantão. A força das provas e o fim da esperteza de advogados movidos a fortunas, que sempre preferiram apostar no não-julgamento. Esperavam continuar a usar as chicanas e manobras protelatórias. Quando estes medalhões do Direito (diletos filhos de “god”) tiveram que fazer valer o conhecimento jurídico e a força dos argumentos e provas, fracassaram. Existem, sim, causas impossíveis. Esta era uma delas. O riso solto dos alegres doutores, exibido como escárnio na primeira sessão do julgamento, hoje se transformou em apreensão e humildade forçada de quem luta não mais pela absolvição que julgavam certa, mas por alguns meses a mais de provisória liberdade para quadrilheiros que cumprirão penas em presídios. Um notável downgrade.

A mitificação do líder popular, pobre e operário ─ e ignorante por opção ─ merece ser analisada. Em um exercício do antes e depois.

Antes: o arrogante que demonstraria a farsa. O injustiçado que de nada sabia. O líder imolado no altar da oposição (a real, não a oficial). O perseguido das elites. O objeto de fúria dos “direitistas raivosos”. O alvo de um golpe inexistente contra quem não pode ser destituído de poder nenhum. O cão bravio a latir no quintal da casa mostrando os dentes e protegendo seus domínios.

Depois: o próximo investigado. O amante que escolheu mal a teúda e manteúda. O que se esconde no exterior para evitar responder ao pivô do escândalo financeiro, o corruptor corrompido. O mentiroso pego ─ e desmascarado ─ em mentiras diárias e repetitivas. O rato medroso que fica em silêncio, nos buracos das paredes, mostrando o rabo na expectativa de livrar a cara.

O mito ruiu. Falta pouco para que uma pá recolha os restos.

E por fim, o início de um novo tempo.

Ficou a lição. Eles não podem tudo e nós podemos mais do que julgávamos poder.

Basta ─ como sempre se leu aqui ─ que a verdade esteja ao nosso lado.

Parabenizo a todos que aqui estiveram ─ desde o nosso amigo Augusto aos que liam, mas não comentavam mesmo concordando ─ desde o início. Debatendo, expondo, lutando e acreditando. Corrigindo, desmontando falsidades, denunciando e acreditando. Externavam revolta e até raiva. Acreditando.

Acreditamos. Em nome deste timaço de comentaristas (apud Augusto) cumprimento todos os brasileiros decentes . Com vergonha na cara. Que, mesmo nos momentos mais tensos, acreditaram.

Eles não esperavam por isso.

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