Riachuelo eleva aportes para dobrar de tamanho

[Romildo de Paula Leite]

Flavio Rocha, presidente da varejista de moda Riachuelo: "As vendas agora têm se acelerado. O resultado por enquanto está bom, até acima do esperado"

A rede varejistas de moda Riachuelo vai acelerar os investimentos neste ano, ampliando os aportes de R$ 400 milhões investidos no ano passado para aproximadamente R$ 500 milhões.

A ampliação do investimento faz parte dos planos da companhia de duplicar a sua área de vendas ente 2013 e 2016, passando de 400 mil para 800 mil metros quadrados de área de lojas, afirmou Flavio Rocha, presidente da Riachuelo, que participou na sexta-feira da segunda edição da "Maratona PME 2014", realizada pelo Valor. O evento, voltado para pequenas e médias empresas, reuniu 1.545 pessoas em São Paulo.

Em receita, segundo o executivo, a perspectiva da Riachuelo é mais que dobrar as vendas até 2016. "A companhia já duplicou nos últimos dois anos e vai mais que dobrar a receita, considerando que as lojas novas apresentam mais eficiência por metro quadrado", afirmou o executivo.

Em 2013, a Guararapes, controladora da Riachuelo, registrou um aumento de 15,1% no lucro, para R$ 420,6 milhões. As vendas líquidas avançaram 14,8% no ano frente a 2012, para R$ 4 bilhões.

A Riachuelo fechou o ano passado com 213 lojas no país e três centros de distribuição em Manaus, Natal e Guarulhos (SP). Neste ano a expansão da companhia será focada na abertura de lojas, incluindo unidades de menor porte para cidades pequenas e médias. O plano consiste em atuar mais com estruturas alugadas em lugar da compra de imóveis. Atualmente, do total de lojas da Riachuelo, 40% dos imóveis pertencem ao grupo.

Rocha disse que a companhia planeja ainda ampliar a conversão de cartões de financiamento da loja em cartões de crédito em parceria com as bandeiras Visa e Mastercard. "Quando há uma conversão para cartão de crédito dessas bandeiras o volume de transações por cartão aumenta cinco vezes", disse o executivo.

Atualmente, a Riachuelo possui 23 milhões de cartões da loja e em torno de 50% das vendas são financiadas com esses cartões. Desse total, 2 milhões possuem bandeiras Riachuelo e Visa ou Mastercard. A companhia planeja converter metade dos cartões de lojas em cartões de crédito até 2016.

Em relação às vendas do primeiro trimestre, Rocha disse que a Riachuelo e o mercado de moda sofreram o efeito da falta de frentes frias no mês de março, especialmente na região Sudeste. Ele observou que o varejo como um todo cresce em torno de 10%, mas muito em função das vendas aquecidas de produtos eletrônicos e eletrodomésticos. "As vendas agora têm se acelerado. O resultado por enquanto está bom, até acima do esperado", disse, sem citar números.

Sônia Hess, presidente da fabricante e varejista especializada em camisas Dudalina, também se mostrou otimista. "Estou na fase de ver o copo meio cheio. Se ficarmos contaminados com o pessimismo do mercado, acabamos travando", afirmou a empresária, que também participou do evento realizado pelo Valor.

Sem entrar em detalhes sobre o que espera do resultado da atividade do país em 2014, Sônia limitou-se a dizer que "não será um dos melhores anos das nossas vidas". No entanto, ela afirmou que os empresários não devem ficar esperando medidas do governo para melhorar seus próprios negócios. "O governo precisa, como prioridade, melhorar a gestão pública, seja qual partido que vencer as eleições em outubro", disse.

Um dos maiores problemas citados pela presidente da Dudalina hoje em seu negócio é o custo com a burocracia, considerado alto. "Tenho mais funcionários na contabilidade do que na área de desenvolvimento de novos produtos. É um absurdo."

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Por Cibelle Bouças e Rodrigo Pedroso | De São Paulo

[Romildo de Paula Leite]

"Tenho mais funcionários na contabilidade do que na área de desenvolvimento de novos produtos. É um absurdo."