Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Ele queria ser arquiteto, mas embarcou no negócio da família e acabou se apaixonando por moda.

Para a família de Rodrigo Rosner, a moda é uma paixão. Os avós e os pais eram donos do Atelier Parisiense, que representava Gucci, Guy Laroche e Balmain no Brasil, e teve muito prestígio na São Paulo dos anos 1970 e 80. O desejo era que ele tocasse a empresa. Por isso, Rodrigo, que queria ser arquiteto, cursou administração na Faap com a condição de trabalhar na fábrica logo que começasse o curso. Mas foi no departamento de estilo que ele aportou. Seis meses depois de sua chegada e, por causa de seu temperamento estelar, as duas estilistas da casa acabaram pedindo as contas.

Sem equipe de criação e com 200 funcionários sob sua batuta, o pai de Rodrigo deu-lhe o puxão de orelha que faltava e, aos 17 anos, o futuro estilista, ainda calouro na faculdade, criou sua primeira coleção. “Não foi facílimo, mas rolou”, lembra. Depois de nove anos no departamento de estilo do ateliê, precisou voltar à administração dos negócios da família quando o pai morreu. Conta que foram dois anos tentando gerir a fábrica, construída em 1949, com todos os problemas fiscais, trabalhistas e financeiros inerentes. “Não dava para ser feliz. Avisei minha mãe que estava fora e fui resolver o que queria fazer da vida.” Depois de um mês de férias e de um trabalho para uma marca do Bom Retiro (que deveria durar três meses e acabou se estendendo por mais de um ano), Rodrigo se rendeu ao que realmente gostava de fazer: moda festa. “Desde pequeno, sou apaixonado pelo universo das festas, das noivas. Passei anos da minha infância desenhando noivas”, conta.

Sem se contentar com pouco, Rosner queria também desfilar na principal semana de moda do país e, em setembro de 2011, mandou seu material para que a equipe de Paulo Borges o avaliasse. Em dezembro, um mês antes do desfile, veio o convite oficial. Paulo comenta que percebeu “uma evolução em seu trabalho” e destaca que Rodrigo sempre foi muito bem recebido pela imprensa. “Havia chegado a hora de tê-lo no SPFW.” Mas o prazo foi enlouquecedor, confessa o estilista: “Fiquei até com pedra nos rins”.

Na passarela da igreja
Os desfiles funcionam como um exercício para Rodrigo e ele antecipa que, na próxima edição do SPFW, mais uma vez vai buscar inspiração em suas raízes húngaras. “Nada do que crio para a passarela tem a obrigação de ser comercial. É um momento para mostrar minhas vontades de moda. É uma base para os vestidos sob medida.” Flavia Pommianosky e Davi Ramos, dupla de stylists com quem Rosner vem trabalhando há quatro temporadas, observam: “Nesse período, sentimos uma precisão cada vez maior no acabamento e na construção dos looks, que têm um mood couture”, diz Flavia. “Sua característica mais marcante é trabalhar com referências históricas”, acrescenta Davi.

Embora desfilar na maior semana de moda do país seja o sonho de muitos estilistas, a menina dos olhos de Rodrigo continua sendo o segmento de noivas. “Gosto do contato direto com a cliente. E hoje, cada vez mais, quem me procura conhece meu estilo. Não há quem venha aqui atrás de um tomara que caia básico. Gosto do exagero bem medido, do tecido elaborado, do bordado e rebordado. Não nasci para o minimalismo.” Para o estilista, nada é proibido na hora de realizar o sonho. Até um vestido de noiva preto já criou. Mas, claro, para tudo há um limite. “Se você escolheu casar na igreja, tem que respeitar a liturgia do lugar”, avisa. “Fazer um vestido sensual é possível, mas um vulgar, jamais!”

Look do Inverno 2012

Look do Inverno 2012

Desfile de estreia no São Paulo Fashion Week



Fonte:http://modaspot.abril.com.br/gente/baila-comigo-elle-maio2012


Exibições: 120

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço