Rolezinhos no shopping - retrato do novo consumismo brasileiro. Foto: Getty Images |
Os famosos rolezinhos nos shoppings de todo o Brasil têm dividido opiniões. De um lado, o não ao preconceito de classe e de cor e a reivindicação por mais espaços para lazer nos centros urbanos; de outro, a defesa de que os shoppings são ambientes privados, e devem proporcionar segurança e conforto para as famílias - para que comprem com tranquilidade.
Em relação ao segundo argumento, uma matéria recente da Folha destacou a forma de se vestir desses jovens que frequentam os rolezinhos. Marcas são citadas (principalmente nos meninos): Quiksilver, John John, Nike. Para as meninas, menos "logomaníacas", apenas Melissa nos pés. Todas essas marcas podem ser encontradas em shoppings em todo o Brasil. Esses jovens não são eles, também, consumidores desses estabelecimentos? Por que deveriam, então, ser expulsos ou impedidos de entrar sem uma análise mais ampla do movimento?
(Alguns poderiam citar o "mercado de produtos falsificados" que esse público pode consumir, mas o acesso ao crédito mostra que não é bem assim: a classe D hoje também consome marcas de luxo).
Detalhe do infográfico: de Quiksilver a Nike Shox. Foto: Folha |
Os shopping centers cresceram vertiginosamente nos últimos anos no Brasil e se popularizaram como os maiores centros de compras do país. Seguros, climatizados, com várias opções de lojas e praça de alimentação e cinema, se tornaram uma das maiores formas de entretenimento, ou uma das únicas, em certas localidades (mais realidade do interior do que das capitais).
Facilidade de crédito e o aumento da renda da população do Brasil, que originou a famosa nova classe C, também foi responsável por aumentar a circulação de pessoas nesses espaços. Mas, como afirmamos acima, não só de classe C vive o novo mercado de marcas de grife. Ignorar o "apelo" desses jovens, além de figurar como preconceito, é esquecer um mercado consumidor valioso, para agora e para os próximos anos.
Mesmo que os próprios jovens afirmem que os rolezinhos não têm nenhum tom de protesto e eles queiram apenas "zoar, dar uns beijos, rolar umas paqueras", esses eventos não deixam de ser um levante, mesmo que não totalmente consciente, de jovens da periferia: existimos, consumimos e fazemos questão de demonstrar isso - nem que seja fazendo muito alarde. Tudo alimentado e propagado pela cultura das redes sociais, mas não apenas para "marcar" rolezinhos, mas porque a autoafirmação, se antes já era importante para o jovem, se tornou indispensável.
Patricia Sant'Anna e Vivian Berto
leia o post no blog: http://tendere.blogspot.com/2014/01/rolezinho-no-shopping-e-questao...
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podem ir ao shopping mas precisam combinar com mais 300?
isso é passeata e esse rolezinho nada mais é querer aparecer na midia pois todos querem ser MC
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