Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Salários em Alta Corroem a Produtividade na Indústria

Fonte:|valoronline.com.br|

A margem da indústria para acomodar aumentos salariais por meio de ganhos de produtividade acabou. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, a produtividade cresceu 4,1%, enquanto a folha de pagamento por trabalhador subiu 3,65%, já descontada a inflação - uma diferença inferior a 0,5 ponto percentual. Em meados do ano passado, a folga superava 6 pontos percentuais. Enquanto a produtividade subia 8,1% em 12 meses até julho de 2010, as despesas salariais acumulavam alta de 1,9%.

Salários que avançam acima da produtividade preocupam porque tendem a alimentar a inflação, já que as empresas são levadas a repassar os aumentos de custos para os preços. A concorrência dos importados dificulta o movimento em alguns setores, mas a demanda forte ajuda a sancionar repasses. No momento em que a inflação se aproxima do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%, essa é uma péssima notícia.

No curto prazo, a produtividade já perdeu a corrida para os salários. No primeiro bimestre, a folha de pagamento por trabalhador aumentou 4,1% em relação ao mesmo período de 2010, descontada a inflação, superando o avanço de 1,5% dos ganhos de eficiência, calculados pela comparação da produção industrial com o número de horas pagas no setor, nas séries pesquisadas pelo IBGE.

O economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, diz que os números evidenciam o aquecimento do mercado de trabalho, caracterizado por baixo desemprego e falta de mão de obra qualificada. Mesmo um setor como o têxtil, que enfrenta a disparada dos preços do algodão e queda de produtividade, registra aumento dos gastos com a folha de pagamento. Em 12 meses até fevereiro, a alta dos salários foi de 2,1% acima da inflação. Ainda que inferior à da média da indústria, de 3,65%, é uma elevação de custos num quadro delicado, em que há forte competição dos asiáticos, diz Vale.

"Como as empresas enfrentam uma tempestade perfeita em termos de custos, devem tentar repassar alguma coisa para os preços, num momento em que a demanda ainda está forte". Vale lembra que, além da questão salarial, os preços dos insumos têm aumentado, com a alta das commodities, os juros estão em alta e também há pesados custos de infraestrutura.

O analista sênior para a América Latina da consultoria Medley Global Advisors, Bernardo Wjuniski, também acredita que a tendência das empresas é repassar os aumentos, especialmente com a economia ainda aquecida. Para ele, é uma fonte importante de pressão inflacionária que ganha corpo desde a segunda metade de 2010. A concorrência dos importados é que pode limitar o repasse, diz Wjuniski.

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Comentário de Antonio Silverio Paculdino Ferre em 15 abril 2011 às 11:37
Ainda tivemos aumento de 20% na energia eletrica ( 9% concedidos pela ANEEL e 9,5% pela mudança de periodo úmido para seco)

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