Santander dispara 7,6% após anunciar que vai pagar R$ 6 bi para acionistas (Reuters)
Por InfoMoney
SÃO PAULO - As units do Santander (SANB11) dispararam no pregão desta sexta-feira (27), após anunciar mudanças para estrutura de capital. Os papéis fecharam em valorização de 7,63%, sendo cotados a R$ 15,50. Já em relação às ações do banco, cotadas sob os tickers SANB3 e SANB4 - mas que por terem poucas negociações não são tão comentadas -, registraram ganhos de 16,35% e 8,69%, respectivamente, a R$ 0,15 e R$ 0,14. Nos patamares máximos do dia, os ativos atingiram altas de 11,18%, 25% e 25%, nesta ordem.
O volume financeiro movimentado com o papel também impressionou. As units mostraram um giro financeiro de R$ 136,5 milhões - acima da média de R$ 50,9 milhões dos últimos 21 pregões -, enquanto as ações ONs e PNs registraram um volume de R$ R$ 1,007 milhão e R$ 2,13 milhão, respectivamente, contra média de R$ 86,5 mil e R$ 70,4 mil.
Com esse desempenho no dia, as units do Santander fecharam a semana na maior alta do Ibovespa, de 8,85%. As ações ONs e PNs também encerram o período em fortes ganhos, de 15,38% e 7,69%, nesta ordem.
Qual o motivo da forte alta dos papéis?
A instituição informou na véspera que vai devolver R$ 6 bilhões em capital a todos os seus acionistas, em um "plano de otimização do patrimônio de referência". A ideia é trocar o investimento em ações por maior endividamento. O objetivo do banco é buscar maior eficiência na otimização de capital. Os papéis serão emitidos nos Estados Unidos. As condições dos títulos ainda não foram informadas. A expectativa é que seja concluído no início de 2014.
Além disso, o Santander anunciou plano de bonificação de suas ações, seguidos de grupamento de ações, que terá o objetivo de eliminar a cotação em centavos das ações do banco negociadas em bolsa e, consequentemente, aumentar a liquidez e diminuir os custos de negociação dos acionistas.
Segundo a equipe da XP Investimentos, o anúncio tem viés positivo, dado que as medidas são focadas na melhoria dos níveis de retorno e redução do excesso de liquidez da instituição, métricas de valor que se apresentam em patamares desfavoráveis e contribuem para a precificação do ativo abaixo de seu patrimônio (P/VPA de 0,9 vezes).
Os três pontos principais da proposta
Na prática, o plano da instituição tem três pontos: 1°) a restituição acima referida, que deverá resultar num pagamento de cerca de R$ 1,58406 por unit e R$ 0,015086 por ação ordinária ou preferencial sob forma de uma espécie de dividendo extraordinário, ainda sem data definida; 2°) serão emitidos notas no exterior no valor de US$ 2,73 bilhões, equivalente a R$ 6 bilhões, com os títulos com cupons com taxas entre 7,5% e 10%; e 3°) objetivo de eliminar as ações em centavos, o que resultará em uma bonificação de 5 ações PN para cada unit, mediante capitalização de reservas no valor de R$ 171,8 milhões. A partir da restituição de recursos, o capital social do Santander passa de R$ 62,8 bilhões para R$ 56,8 bilhões, composto por 212.841.731.754 ONs e 205.204.486.108 PNs. O estatuto social também deve ser alterado, de forma que cada unit passe a ser composta por 55 ON e 55 PN.
Após a otimização mencionada acima, o índice de Basiléia do banco permanecerá no patamar atual, da ordem de 21,5% - o maior entre os grandes bancos de varejo e substancialmente superior ao capital regulatório vigente e ao da Basiléia III.
Os analistas da XP comentaram que todos esses eventos combinados serão bem recebidos pelo mercado e as ações do banco deverão repercutir positivamente isso. Em relação à emissão das notas no exterior, eles ainda avaliam que é positivo pois, em outras palavras, a empresa está trocando seu capital próprio (de custo mais alto) para dívida (a custo mais baixo), o que aumenta sua alavancagem e melhora sua estrutura de capital, na medida em que reduz o excesso de capital que possuía.
No mesmo sentido, os analistas Marcelo Telles e Victor Schabbel, do Credit Suisse, viram a notícia como positiva. "Caso o plano seja aprovado, será positivo, ainda mais em um ambiente onde os bancos privados devem crescer menos do que o previsto anteriormente".
Adicionalmente, o custo de capital deve ser reduzido, enquanto o nível elevado do índice de Basiléia não deve prejudicar o crescimento daqui para frente nem mudar a atual política de dividendos do banco. Com isso, os analistas reiteraram o Santander como top pick no Brasil - juntamente com o Itaú Unibanco (ITUB4) -, com expectativa de que os papéis tenham uma reação positiva daqui para frente.
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