Fonte:|portugaltextil.com|
Seda crua, algodão, juta… os tecidos tradicionais da Índia estão entre as preferências dos principais designers do país, ansiosos por traçar novos caminhos no mercado da moda indiana. Diversos designers estão agora a procurar afirmar a sua herança cultural e a libertar-se dos moldes ocidentais, para esculpir novas identidades indianas.
A tendência para imitar o corte e o estilo ocidental tem resultado no esquecimento das ricas competências artesanais da Índia. Mas, uma inversão nesta tendência ficou evidente este ano no Wills India Fashion Week, onde o estilista clássico Tarun Tahiliani marcou o regresso ao artesanato tradicional fabricado manualmente, com tecidos e bordados indianos. «Utilizei tecido indiano conscientemente. Sinto que fomos menos ocidentais», refere Tahiliani depois do seu desfile no evento, um dos dois mais conceituados eventos do calendário da moda indiana.
O tema de Tahiliani na mostra foi “Regresso ao Ofício”, realçando as qualidades que o designer considera estarem perdidas na «hiper-explosão de marcas, lojas, distribuição e guerras de preços».
Tahiliani, cujas anteriores colecções possuíam um estilo mais internacional, não está sozinho na sua nova missão. Diversos designers promissores procuram afirmar a sua herança cultural e libertar-se do molde ocidental, para esculpir novas identidades indianas.
Samant Chauhan, do empobrecido estado de Bihar, está a tentar ressuscitar os teares manuais, concentrando-se na seda crua e tornando-a atraente para o mercado global. Outro exemplo é o designer Nitin Bal Chauhan que, recusando uma bolsa para estudar moda no exterior, regressou à sua aldeia no Norte do Himachal Pradesh, onde as habilidades dos artesãos locais estavam moribundas. Samant Chauhan defende que os designers não precisam de olhar para o Ocidente à procura de inspiração, na medida em que a Índia tem uma história rica de artesanato.
Tahiliani, cujo vestido de noiva dourado, apresentado pela actriz indiana Shilpa Shetty, foi um enorme sucesso, considera que a maioria dos designers resistiu a trabalhar com materiais artesanais, devido às dificuldades de construção. O designer confessa que os tecidos indianos são «bonitos para usar como um sari ou como uma dupatta (estola), mas se quiser fazer roupas diferentes, não se consegue. Não se consegue ter modelos perfeitos com teares manuais, na medida em que não se moldam como os tecidos estrangeiros. Na realidade, os nossos tecidos nunca foram feitos para alfaiataria».
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