É impossível falar em sustentabilidade sem sustento. Comprometimento sem responsabilidade.
O povo que passa dificuldades e fome procura eliminá-las antes de se preocupar com o meio ambiente.
Estaria a perpetuação do planeta garantida sem o homem?
Não adianta ser poético e estar engajado em programas de salvação do planeta sem produzir e, também, produzir sem consciência ecológica.
O consumo gera lixo e entulho que precisa ser retirado, tratado e reciclado. Essas operações não ocorrem de forma graciosa.
Tivéssemos que usar nossos veículos para transportar nosso lixo diário para algum ponto na cidade, certamente haveria muita sujeira espalhada pelas ruas. Todos fariam sua parte? Duvido!
Isso não ocorre porque há investimentos e pagamos taxas para a operação.
O produto que poluiu também emprega e traz conforto. Nesse ponto residem as dificuldades para ordem nas cidades, mas também monta a equação.
A energia atômica que amedronta é a mesma que combate o câncer. O lixo radioativo contamina o planeta, mas na sua origem gerou energia que beneficiou empresas, pessoas e lares.
O mesmo progresso que coloca nosso mundo em risco é o único que pode gerar recursos para salvá-lo.
Produtos não poluentes, tratamento de água e esgotos, reciclagem e aproveitamento de materiais demandam investimentos em capital intelectual.
Não são os minérios escavados nas montanhas que produzirão equipamentos miraculosos, mas a inventividade escavada nas mentes geniais de seres humanos privilegiados pela natureza que permite tratar questões complexas com engenhosidade.
O compromisso do homem é descobri-los, prepará-los, conscientizá-los e apoiá-los para que encontrem soluções para os modernos antigos problemas: a existência com sustentação.
Uma leitura despreocupada pode nos levar a crer que o homem é o único responsável pelo risco que o planeta pode oferecer às espécies.
A terra tem 4,6 bilhões de anos. A vida está presente há 3,5 bilhões de anos. Esta já se apresentou de incontáveis formas.
Um estudo da Universidade do Kansas e do Instituto Smithsonian, ambos nos Estados Unidos, afirma que eventos de extinção em massa ocorrem no nosso planeta a cada 27 milhões de anos.
A pesquisa investigou os chamados "eventos de extinção" do nosso planeta nos últimos 500 milhões de anos - um período duas vezes maior que qualquer estudo anterior - e afirma ter provado que eles ocorrem com a regularidade de um metrônomo. Segundo a reportagem, os pesquisadores dizem estar 99% certos de que esses eventos ocorrem a cada 27 milhões de anos.
O homem surgiu há 3 milhões de anos, portanto há muitas questões que precisam ser investigadas e entendidas e que não foram por este provocadas.
Podemos então ficar despreocupados? Evidentemente que não, o modelo de produção e sustentação das vidas humanas tem acelerado os problemas ambientais. A questão não fica restrita ao que deixaremos às gerações futuras, mas o que as gerações presentes terão que enfrentar.
As sementes da razão fazem com que brotem nas nossas mentes as árvores da consciência que nos levam a questionar não apenas o que somos, para que viemos e para onde vamos, mas principalmente o que estamos fazendo.
Sem essa atitude a inexistência será a marca de gerações preocupadas com a existência.
Enquanto isso nos cabe a responsabilidade da sustentabilidade do progresso para alcançarmos o progresso da sustentabilidade.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Postigo Consultoria Comunicação e Gestão
Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652
Twitter: @ivanpostigo
Skype: Ivan.postigo
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