Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Senai e Huawei fazem parceria para formar profissionais de telecomunicações

Colaboração prevê certificações internacionais em TIC e três laboratórios de instalação e manutenção de fibra óptica no DF, na BA e em TO. Até final do ano, espera-se formar 2 mil profissionais.

Crédito: Divulgação/CNI

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Huawei firmaram um termo de cooperação tecnológica para formar mão de obra especializada e incorporar novas tecnologias em laboratórios para pesquisa e cursos presenciais e a distância. Espera-se qualificar 2 mil alunos até o final do ano.

O anúncio da parceria ocorre em uma transmissão ao vivo no canal no YouTube do Senai e da Huawei Brasil nesta quinta-feira, 8 de abril às 10h, com a presença do secretário Paulo Alvim, titular de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Atilio Rulli, Diretor Sênior de Relações Governamentais da Huawei; Bruno Zitnick, Diretor de Relações Públicas e Governamentais da Huawei; e, Rafael Lucchesi, Diretor Geral do Senai. Rafael Lisboa, diretor do Bússola (Exame), fará a mediação.

A parceria prevê, inicialmente academias com cursos a distância e presenciais nas áreas de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s), redes 5G, inteligência artificial, cloud computing, FTTH (Fiber To The Home ou fibra óptica) e outras tecnologias habilitadoras de relevância para o setor produtivo. Além de três laboratórios de instalação e manutenção de fibra óptica em Salvador (BA), Brasília (DF) e Palmas (TO). As primeiras turmas dos laboratórios, com 20 alunos cada, terão inscrições gratuitas e o público-alvo é a geração nem-nem.

Levantamento da FGV Social mostra que a população na faixa etária de 20 a 24 anos que não trabalha nem estuda subiu de 28,6% no último trimestre de 2019 para 35,2% no segundo trimestre de 2020 – maior patamar já visto. Entre os brasileiros com idade entre 25 e 29 anos, o aumento foi de 25,5% para 33%.

Por outro lado, o governo brasileiro estima investimentos diretos de até R$ 10 bilhões até 2025 e a geração potencial de 200 mil postos de trabalho com a implantação do 5G no Brasil. A formação de pessoal qualificado é uma das principais preocupações do MCTI.

“Hoje existe um gap no mercado de profissionais capacitados para atuar na instalação de fibra óptica, utilizados para cobrir demanda de banda larga fixa. Com as novas redes 5G, esta demanda tende a aumentar. Ao mesmo tempo, existe uma parcela de jovens ociosos, que por diversas razões não conseguem se qualificar para atuar no mercado de trabalho. Com esta parceria, estamos, não apenas combatendo o desemprego e dando cursos de alta qualidade para estes jovens, mas também investimento do desenvolvimento da infraestrutura do país”, observa Bruno Zitnick, diretor de Relações Públicas e Governamentais da Huawei.

5G

Muito se fala dos diferenciais e da importância da conectividade e do 5G, mas o Brasil não vai conseguir passar por uma transformação digital completa, em toda sua potencialidade, se não tiver profissionais qualificados. A formação e o aperfeiçoamento de técnicos e engenheiros são indispensáveis para desenvolvimento, instalação, operação e manutenção dos sistemas de telecomunicações.

O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, lembra que os empresários estão comprometidos com a agenda de inovação e a indústria deve ser o primeiro setor da economia a se beneficiar do 5G: “Teremos uma transformação do chão de fábrica ao escritório, com máquinas e equipamentos conectados e novas funções, mas, antes disso, é preciso garantir a infraestrutura da rede. Sempre alinhado com as demandas do mercado de trabalho, o Senai firma mais uma parceria para formar técnicos e especialistas nas tecnologias habilitadoras da indústria 4.0”.

Exemplo disso é a fibra óptica, que tem possibilitado o avanço da internet fixa mais rápida e estável, mas ainda precisa expandir. Com a cooperação tecnológica, Senai e Huawei pretendem preencher lacuna de mão de obra e antecipar-se às oportunidades que surgirão com o 5G – que, para irradiar o sinal para os usuários finais, precisa da ligação entre a central da operadora e a rádio-base por meio da fibra óptica.

O Senai e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacam ainda a importância da nova geração de rede móvel para a automação e a digitalização industrial. Atualmente, já existe um laboratório de última geração para as tecnologias wireless, microwave e FTTH em Curitiba, na sede do Senai/PR, que já formou e reciclou cerca de 200 profissionais. A parceria teve início em 2019, com o curso de Instalador Técnico de Equipamentos de Telefonia Móvel – que deve ser oferecido nos três novos laboratórios.

O 5G é potencializador da indústria 4.0 e deverá aumentar sua produtividade e competitividade interna e externa. Em médio e longo prazo, os laboratórios do Senai e da Huawei espalhados pelo país deverão ser utilizados para desenvolver pesquisas em áreas específicas como eletromobilidade e agronegócio. Outras áreas que já vislumbram os benefícios do 5G são logística e energia.

Vale esclarecer que não há relação com o leilão a ser realizado pelo governo federal das faixas de radiofrequência para prestação de serviços de telecomunicações pelas operadoras. Isso porque a indústria e o setor produtivo estão realizando testes para uso empresarial de redes privadas de tecnologia 5G – iniciativa firmada em termo de cooperação técnica entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

Um modelo regulatório diferente daquele das demais redes de internet móvel permitirá configurações próprias para a necessidade de cada empresa, que determinará a qualidade da cobertura e o tipo de operação e será responsável pela segurança, velocidade e quantidade de seus equipamentos conectados. São basicamente três benefícios principais das redes privativas: segurança da informação, sem uma intermediação das operadoras de telefonia; otimização do processo produtivo; e responsabilização primária da empresa por sua própria rede. Modelo já adotado por países como Reino Unido e Alemanha.

Cada geração de telefonia móvel reinou por cerca de uma década, antes de ser substituída por um novo padrão. A tecnologia 5G será a principal tecnologia de comunicações até 2030 e provavelmente estará em serviço até 2040.

Dados e indicadores

– A Huawei pretende montar, ao todo, 12 laboratórios de formação prática em telecomunicações em quatro regiões do Brasil. Presente no Brasil há 22 anos, já capacitou mais de 30 mil alunos em todo o Brasil com treinamentos gratuitos na área de tecnologia em parceria com universidades brasileiras e o centro de treinamento em SP. A empresa une esforços com o Senai, instituição referência em educação profissional e técnica, que forma, anualmente, cerca de 200 mil profissionais em cursos na área de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

– Nos EUA, o Progressive Policy Institute (PPI), think tank fundado pelo Partido Democrata americano para fomentar reformas e políticas públicas para inovação, realizou um grande estudo sobre a geração de empregos com o 5G. Os pesquisadores afirmam que houve uma primeira (1990-2007) e segunda (2007-2019) onda – “surgimento do wireless” e “economia dos apps”, respectivamente – e, entre 2019 e 2034, haverá a terceira onda, chamada de “revolução do 5G”, que deve gerar 4,6 milhões de empregos.

– Nesses 15 anos, ao contrário dos movimentos anteriores, que impactaram só uma parcela da economia, indústrias tradicionais – digitais e físicas – sentirão os efeitos do 5G: manufatura, agricultura, energia, construção, transporte, educação, saúde e governo.

– Outra novidade apontada pelo estudo do PPI diz respeito ao perfil dos profissionais requisitados. Enquanto a segunda onda gerou empregos tecnológicos cognitivos, que exigiam formação em nível superior e eram muito voltados ao desenvolvimento de software, a terceira onda está ancorada no mundo físico, portanto, serão necessárias habilidades mistas – muitas se enquadram na categoria de instalação e manutenção.

– Exemplos de novas funções citadas no estudo: no setor de saúde, já é possível monitorar equipamentos, como marca-passo, remotamente, mas com o 5G, aumentam as possibilidades de realizar diagnósticos e mesmo intervenções com o paciente em casa e pessoas capazes de realizar a instalação e a manutenção desses equipamentos serão muito valorizadas. A agricultura de precisão vai exigir técnicos de sensores no campo; veículos autônomos, mecânicos; o e-commerce, pessoas treinadas em suporte de robôs; e assim por diante.

– Por fim, o estudo destaca que os Estados Unidos precisam encorajar as pessoas a buscarem formação nos campos tradicionais do STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Tanto o Senai quanto o Serviço Social da Indústria (SESI) já realizam esse trabalho no Brasil, na educação básica e na educação profissional, com metodologias e ferramentas de ensino como simuladores, laboratórios makers, robótica educacional e iniciação científica.

– Segundo levantamento da Anatel feito junto a empresas e associações, há pelo menos 4.403 municípios atendidos por fibra óptica no Brasil, o que representa 79% das cidades brasileiras. Em 2020, houve um aumento de 9% na cobertura.

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