Por: Interface
A indústria têxtil brasileira retomou as conversas para definir padrões e permitir crescimento das exportações aos Estados Unidos. O primeiro passo envolve acordos técnicos, mas especialistas consideram que ainda há desafios tecnológicos e de custos importantes no setor.
Os esforços técnicos compõem uma agenda de retomada das exportações, enfraquecidas nos últimos anos com o aumento da participação dos produtos mexicanos nos EUA, câmbio pouco favorável e o crescimento do consumo interno nos últimos anos, diz o diretor superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Fernando Pimentel.
Na viagem realizada recentemente a território norte-americano, afirma, ficou o compromisso de entidades regulatórias do Brasil e dos EUA "cortejarem um ao outro, ver se há diferenças técnicas e se elas são toleráveis". São detalhes como padronização de etiquetas ou normas de segurança para roupas infantis que precisam de reconhecimento.
Para reduzir a atual dependência que tem do mercado de consumo interno, o setor deve enfrentar, porém, desafios de tecnologia e padronizações. Para a professora de Têxtil e Moda da USP (Universidade de São Paulo), Francisca Dantas Mendes, atender ao mercado externo é mais simples para as grandes companhias do setor, mas há um universo muito grande de confecções de pequeno e médio porte que vivem de abastecer o mercado interno e carecem de tecnologia.
As exportações de produtos têxteis nos últimos anos não chegam a representar 3% do total da receita do setor, diz a Abit. Elas somaram US$ 447 milhões de janeiro a maio de 2015. Ao mesmo tempo, as importações somaram US$ 2,876 bilhões. "Nas nossas pesquisas internas este ano, já vemos que aumentou a intenção de exportar entre os empresários, mesmo diante da queda da confiança de forma geral", afirma Pimentel.
Em paralelo ao debate sobre exportação, o setor ainda discute a criação de uma padronização de tamanhos para o mercado doméstico.
Para o presidente da Abravest (Associação Brasileira do Vestuário), Roberto Chadad, esse seria um passo importante para adaptar as confecções ao tipo de tecnologia e de exigências para medidas que se usa nos EUA.
Já a Abvtex (Associação Brasileira do Varejo Têxtil) argumenta que o varejo só recorre a importação quando se trata de itens sem produção de larga escala aqui, como acontece com peças de materiais sintéticos.
Em meio às discussões, os grandes do varejo apostam num relacionamento mais próximo com fornecedores para reduzir riscos. A Renner, por exemplo, abriu um escritório na China há dois anos. Segundo o presidente, José Galló, a companhia deve até conseguir mitigar efeitos da desvalorização do Real nos gastos em razão de estar conseguindo negociar mais de perto com os chineses.
Já a estratégia da Riachuelo é concentrar seu portfólio de roupas de maior valor agregado no que é produzido pela fábrica do grupo, a Guararapes, deixando para as importações sobretudo os itens mais básicos.
FONTE: AGÊNCIA ESTADO
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