O prejuízo por pedido no Brasil é calculado sobre o Ebitda, que é o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação.
Perder dinheiro enquanto se cresce é comum em empresas de internet. O e-commerce entrou no Brasil em 2019 e, desde então, vem investindo agressivamente em logística e marketing para atrair compradores — na prática, subsidiando os clientes para fidelizá-los. Desde 2022, porém, a Sea Ltd. vem cortando custos e aumentando o foco em rentabilidade em escala global.
— A Shopee Brasil continuou com desempenho forte no quarto trimestre. A perda por pedido melhorou em quase 90% em relação ao ano anterior. Isso foi impulsionado por melhorias tanto na monetização do usuário quanto na eficiência de custos. Acreditamos que alcançamos a liderança em custos de logística por meio de ganho de escala e eficiência operacional, que têm sido e continuarão sendo fundamentais para nosso sucesso nesse mercado — disse Forrest Li, CEO da Sea, em teleconferência com analistas nesta segunda-feira.
Concorrência
O enxugamento das perdas no Brasil se dá enquanto a Shopee enfrenta o avanço de concorrentes como TikTok (que tem um braço de e-commerce) e Lazada (do chinês Alibaba) no Sudeste Asiático. Analistas entendem que a Shopee terá que anunciar investimentos importantes nesses mercados para fazer frente à concorrência. Segundo a agência Bloomberg, Forrest Li está construindo uma plataforma de “live-streaming” — um importante canal de vendas na Ásia — para manter sua posição de mercado.
De qualquer forma, antes da abertura do mercado em Nova York, as ações da Sea chegaram a saltar mais de 15% nesta segunda-feira após a divulgação dos resultados financeiros. O Ebitda, que é uma das principais métricas de geração de caixa, veio 40% acima do esperado pelos analistas no último trimestre de 2023, atingindo US$ 126,7 milhões. As vendas totais somaram US$ 3,6 bilhões, também mais que o esperado pelo mercado.
Além da Shopee, a Sea Ltd. é também dona da Garena, empresa por trás de um dos jogos de videogame mais populares do mundo, o “Free Fire”.
Por Rennan Setti
Fonte: O Globo
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