Apesar da dúvida em relação ao futuro da rede social, profissionais de agências não enxergam a disputa judicial com Elon Musk como um elemento prejudicial para os investimentos dos anunciantes.
Desde o fim de abril, quando o Twitter aceitou a oferta de R$ 44 bilhões feita por Elon Musk para comprar a rede social, a plataforma entrou em uma fase repleta de incertezas. A transação mais comentada do ano na área de tecnologia acabou sendo permeada por acusações de omissão, por parte de Musk e, agora deve ser resolvida nos tribunais. A plataforma abriu processo contra o empresário nessa terça-feira, 12, no Tribunal de Chancelaria de Delaware, especializado em disputas comerciais.
Na sexta-feira, 8, o CEO da Tesla declarou que havia desistido da negociação pelo fato de a plataforma, segundo ele, não ter liberado o acesso aos relatórios de seus usuários, que comprovariam a quantidade de perfis falsos da rede social. Por outro lado, a rede social abriu um processo para fazer com que o bilionário cumpra o acordo e leve adiante a negociação.
Depois do anúncio da desistência de Musk, as ações da rede social chegaram a cair 11% no início desta semana. Antes, quando o bilionário fez algumas manifestações e críticas a respeito da plataforma, as ações também caíram.
Enquanto seu futuro não é decidido, o Twitter tem a missão de continuar mantendo seus negócios ativos e rentáveis. No primeiro trimestre de 2022, a plataforma reportou um lucro líquido de US$ 513,2 milhões e uma receita total de US$ 1,2 bilhão, o que representa uma lata de 15,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Sabe-se que praticamente a totalidade deste montante é oriunda da publicidade, praticamente a única fonte de receita da plataforma.
Nesse cenário de incerteza, sem saber se Elon Musk concluirá a compra ou se deixará o negócio da rede social, como fica a imagem do Twitter perante o mercado publicitário, que acaba sendo responsável diretamente por sua manutenção? De acordo com profissionais ouvidos pela reportagem de Meio & Mensagem, apesar da instabilidade, não há riscos de a atual situação do Twitter resultar em problemas do ponto de vista de negócios.
“Não vejo motivos para o mercado publicitário se sentir inseguro com o debate sobre a venda ou não da plataforma, principalmente no que tange aos resultados oferecidos pelo Twitter”, opina Germano Spinola, head of channel intelligence da Performics. Segundo ele, toda grande empresa acaba sendo rodeada de especulação e isso, muitas vezes, acaba sendo vital para seu capital.
O que pode vir a impactar a situação, na visão de Spinola, são tomadas de decisões e desenvolvimento de novas políticas e uso da plataforma que conflitem com valores das empresas que ali investem. “Caso contrário, o Twitter continuará sendo uma plataforma de mídia e diálogo com as audiências”, frisa.
CEO da Purple Cow, Marcelo Bernardes até acredita que a situação entre a plataforma e Musk possa trazer alguma atenção para assuntos relacionados à plataforma, mas não acha que isso impactará de forma imediata na área comercial. Bernardes acredita que não há esse risco pelo fato de o mundo saber que Musk é inclinado à polêmicas, o que faz com que a indústria olhe para o caso com certa calma.
“Entendo que o histórico do Elon faz com que as acusações não causem um impacto direto em anunciantes que trabalham a rede de forma estratégica e usam outras fontes para checar sua performance. Mas, sim, é importante para o Twitter trabalhar a imagem e reforçar os pontos da acusação”, alerta o CEo da Purple Cow, reconhecendo, que até o momento, não viu casos de anunciantes ou marcas com receio de investir no Twitter por conta da situação.
Ainda que permaneça como está, com os atuais acionistas, ou que passe para o controle de Elon Musk, dificilmente o modus operandi da rede social, como um todo, vá ter grandes alterações, de acordo com Marcel Matsuda, CEO da Fri.to. Na visão do executivo, a situação não deve influenciar diretamente questões de marketing e comunicação. “A gente entende que dificilmente vai acontecer algum problema maior com a relação a investimentos de marcas e comunicação de marcas dentro do Twitter”, aposta.
Apesar de os profissionais de agências não verem, ao menos até o momento, a possibilidade de a situação da venda do Twitter impactar os negócios da plataforma, Spinola, da Performics, alerta que a rede social tem uma particularidade que demanda atenção constante das marcas: o fato de ser uma plataforma propícia ao buzz e a discussão dos assuntos mais quentes do momento.
“Isto converge para o contexto social que estamos vivendo de extrema polarização de todo e qualquer debate e, sendo o Twitter a plataforma em que esta polarização se torna ainda mais aguerrida, traz para as marcas o desafio de aprender a navegar e se posicionar neste contexto de mar revolto”, lembra.
Bárbara Sacchitiello
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