O ministro Teori Zavascki, do STF, autorizou, no último dia 9, a quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente do Senado, Renan Calheiros, no período de 2010 e 2014.
Diz o despacho, obtido por Época:
“Constata-se que em 19 de julho de 2010 ocorreram duas transferências para a campanha de José Renan Vasconcelos Calheiros, ambas no valor de R$ 200 mil perfazendo-se o total de R$ 400 mil correspondentes aos valores depositados pelas empresas que fraudulentamente venceriam a licitação em comento”.
As empresas são as do consórcio Rio Maguari, formado pelo Estaleiro Rio Maguari, pela SS Administração e pela Estre Petróleo. Elas fizeram doações para a direção estadual do PMDB de Alagoas, cujo responsável é Renan.
O pagamento citado veio do contrato de R$ 240 milhões da Transpetro para a construção de 20 comboios de barcaças.
Renan sustentou Sérgio Machado no comando da Transpetro por 12 anos (desde o início do governo Lula) e, segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o presidente do Senado recebia propina pelos contratos da subsidiária da estatal por meio do seu afilhado político.
Embora Teori Zavascki tenha poupado Renan dos mandados de busca e apreensão que atingiram na terça-feira a cúpula do PMDB, Machado foi alvo da operação, batizada de Catilinárias.
(O dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirmou em delação que Machado lhe pediu R$ 1 milhão de propina para que “as obras andassem normalmente”.)
Mas ele não é o único afilhado de Renan suspeito de desviar dinheiro público.
Fabrizio Neves, sócio da gestora de recursos Atlântica, é acusado de fazer ao menos cinco operações irregulares que geraram um prejuízo de R$ 61 milhões para o Postalis, o fundo de pensão dos Correios, feudo do PMDB do Senado.
Neves era ligado ao partido e aproveitava sua conexão política com Renan para desviar recursos do fundo para contas bancárias de empresas sediadas em paraísos fiscais.
Diz um trecho da reportagem:
“As evidências contra Renan são cada vez mais consistentes e graves. Não por acaso, na semana passada, após o susto de terça-feira, ele se posicionou ao lado da presidente Dilma Rousseff. Para demonstrar apoio, Renan fez duras críticas ao vice-presidente, Michel Temer, que acaba de romper com Dilma. Apesar de Renan estar encurralado por denúncias, seu apoio é valioso para Dilma, especialmente agora que o Senado ganhou poderes para arquivar o processo de impeachment. Em troca, Renan quer proteção.”
É o que este blog vem dizendo há meses.
Para provar o contrário, o STF golpista terá de autorizar muito mais do que uma simples quebra de sigilo.
A maior chance do Brasil é que o avanço da Lava Jato constranja a Corte a mandar prendê-lo.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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