Segurem suas carteiras. Vem aí uma brutal alta de impostos.
Em uma entrevista às Páginas Amarelas de VEJA que chega às bancas nesta sexta-feira, Luis Stuhlberger, o gestor de investimentos mais respeitado do Brasil, tem más notícias para quem acredita que as coisas vão melhorar em breve, só por causa de Joaquim Levy.
“O que vai acontecer é o que ocorre no Brasil desde a Constituição de 1988: aumentos de impostos,”, diz o gestor do fundo Verde. “Posso garantir que haverá alta não só neste ano, mas também no próximo, no próximo e no próximo.”
A entrevista é uma aula de economia que lembra o Inferno de Dante, pois exige que o leitor ‘deixe aqui toda a sua esperança, ó vós que entrais.’
Com o ajuste fiscal este ano, será que o PIB volta a crescer em 2016? Esqueça.
“Desde o semestre passado, entramos com força num período de baixo crescimento, que não chegará ao fim em 2016, nem em 2017 e talvez nem mesmo em 2018,” diz Stuhlberger.
O diagnóstico de Stuhlberger tem um peso particular porque ele critica a vulnerabilidade do modelo econômico brasileiro há pelo menos cinco anos, e é conhecido por monitorar os humores da economia real junto empresários e grandes executivos — muitos dos quais, investidores em seu fundo.
“Os deputados e senadores sabem que a situação é crítica, mas não querem arcar com o desgaste do corte,” diz. “O Congresso e o Executivo estão em estado de negação. Se tudo o mais falhar, eles acham que se pode aumentar mais ainda os impostos.”
Stuhlberger diz que o País não vai quebrar ‘como no passado’, mas que vai viver num ‘equilíbrio vicioso.’
“O cenário virtuoso seria o aumento da produtividade, com reformas e inflação baixa. Mas como não existe nem debate, nem liderança, nem espírito patriótico para fazer esse tipo de reforma, só resta fazer remendos. Enquanto isso a economia vai sendo sucateada, como um transatlântico, afundando lentamente.”
A entrevista também traz uma ‘dica de investimento’ de Stuhlberger: ele não compraria ações da Petrobras.
“Um dos meus princípios é fugir de estatais. Por uma questão básica: elas não visam ao lucro. Por que vou investir em uma empresa cujo objetivo é servir o Estado?”
Nesta sexta, em VEJA.
Por Geraldo Samor
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