Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|antonioviana.com.br|

No Ceará, a indústria têxtil responde por 16% do PIB industrial, consome 40% da energia elétrica e gera 20 mil empregos


Desde a Revolução Industrial, a poluição oriunda das indústrias cresce descontroladamente e impacta sobre os seres vivos e o ambiente, que muitas vezes são obrigados a conviver com as substâncias resultantes dos processos industriais. A indústria têxtil, que segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), faturou 48 bilhões de dólares em 2008, é uma grande geradora de poluentes.

Para discutir os desafios e as vantagens do desenvolvimento da sustentabilidade sócio-econômica-ambiental na indústria têxtil e de confecção, esteve em Fortaleza no último dia 11, o professor e engenheiro químico especializado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Gil Leonardo Aliprandi Lúcido. A palestra aconteceu durante a Maquintex, Feira de Tecnologias para a Indústria Têxtil, de 11 a 14 de agosto.

No Ceará, a indústria têxtil responde por 16% do PIB industrial, consome 40% da energia elétrica e gera 20 mil empregos. São números significativos, mas cabe atentar para os impactos ambientais. Dentre eles o elevado consumo de energia; a geração de efluentes resultantes do processo produtivo, especialmente o de enobrecimento, como tinturaria, estamparia, engomagem, e a geração de resíduos.

Atento as exigências da legislação e normas ambientais e a pressão do mercado pelas certificações de acreditação como a Normalização ISO 14001, de Gestão Ambiental o setor tem observado a urgência do paradigma ambiental, ou seja, o aumento da produção industrial deve estar aliado a um menor gasto com insumos, matérias-primas e menor geração de poluentes.

Caminhos para a sustentabilidade
Como falar em sustentabilidade em uma indústria que em suas bases estimula o consumo? Para o professor Gil Lúcido não existe receitas prontas, mas é possível observar casos de sucesso. “É importante perceber que a indústria têxtil é formada por várias indústrias. Cada uma encontra o seu caminho para tornar o processo menos agressivo”. Para o professor, a indústria têxtil atualmente está buscando a ecoeficiência, isto é, pensando soluções para aumentar a durabilidade do produto, aumentar o ciclo de vida.

Uma grande tendência é o uso de novas fibras para produção de tecidos. Entre elas está o poliéster ou PET, um polímero termoplástico proveniente da reciclagem das famosas garrafas plásticas. Segundo dados do Sindicato das Indústrias Têxteis de São Paulo, das 231 toneladas de PET reciclado em 2007, 116,6 foram destinadas para a Indústria Têxtil. Para Gil Lúcido, o processo de produção de tecidos a partir da fibra PET busca utilizar na indústria algo nunca antes imaginado, mas ainda é preciso avançar. “O processo é tecnicamente viável, mas a logística prejudica, não está bem estabelecida. É impressionante, mas falta material, falta garrafa plástica, apesar de vermos tantas por aí”.

Novas Tecnologias
Segundo o professor Lúcido, um bom exemplo de crescimento sustentável vem sendo desenvolvido pela Impal Indústria Química, do Rio de Janeiro. “A empresa importa uma tecnologia que utiliza espuma ao invés de água em um dos processos de enobrecimento do tecido”, declarou.

Em relação aos resíduos das confecções, uma das soluções apontadas pelo professor é a produção de tecidos-não-tecidos (TNT), mas outra vez a tecnologia esbarra na logística. Segundo ele, é necessário separar cada tipo de fibra restante por tipo, cor, o que nem sempre é possível. “É preciso quebrar alguns dogmas. A sustentabilidade é algo possível mesmo para as pequenas indústrias, basta tomar consciência”, ressalta Gil Lúcido.

Resultado da Maquintex 2009
Conforme a organização da Maquintex(www.maquintex.com.br) a feira recebeu mais de 16.640 mil visitantes e contabilizou mais de 270 milhões de reais em negócios fechados com a estimativa de que, após a feira, o total de negócios finalizados chegue a 350 milhões de reais. Em sua 2ª edição no nordeste, o evento superou as expectativas. “Esta feira já se consolidou como uma grande referência dentro do calendário têxtil do país. Foram vendidas máquinas para todos os estados do norte e nordeste, com muito sucesso de público”, comemorou o presidente da Maquintex, Hélvio Roberto Pompeo Madeira.

A Gestão Ambiental - Atuação Responsável

Gestão ambiental pode ser compreendida como um conjunto de medidas que visam a redução e o controle dos impactos provocados por atividade e intervenções humanos sobre o meio ambiente. Quando na indústria essas medidas e procedimentos devem ser definidos e aplicados adequadamente de forma a maximizar processos produtivos e minimizar impactos sobre o meio e consequentemente, sobre a qualidade de vida das pessoas.
O Programa de Atuação responsável da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) é a versão brasileira do “Responsible Care Program”, desenvolvido pela Canadian Chemical Producers Association(CCPA) foi implantado em diversos países a partir de 1985 e atualmente implantado em mais de 40 países.

O “Responsabile Care” é tido como um importante instrumento de direcionamento do gerenciamento ambiental do setor químico mundial como um todo, mas propõe um modelo flexível ajustável à situação específica de cada indústria sem perder as características. Inclui também recomendações para a segurança das instalações, indicadores, processos e produtos e questões relativas ao diálogo com todas as partes interessadas.


Fonte: Jornal O Estado

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