Reunidos no evento, especialistas defendem que o futuro do trabalho será marcado por uma combinação entre tecnologia e seres humanos, havendo espaço para criatividade e colaboração.
O futuro do trabalho será marcado pela combinação de Inteligência Artificial + seres humanos, e não pela oposição entre os dois. Essa foi uma das principais conclusões do South by Southwest (SXSW) 2025, realizado no início de março, em Austin, EUA. Especialistas presentes no consagrado festival de inovação, música e cinema destacaram que a IA não deve ser vista como uma ameaça, mas como uma aliada na criatividade, colaboração, produtividade e redução de horas trabalhadas.
Em matéria publicada no Estadão, que ouviu especialistas que apontaram no evento tendências para o Brasil, o fator humano foi destacado frente à IA e ficou claro que será preciso redesenhar processos e estabelecer diretrizes claras para o uso desta tecnologia nas empresas. Maíra Blasi, especialista em futuro do trabalho, diz que não se deve pensar em um caminho linear em relação à IA, pois tendências e contra tendências conviverão.
“Se olharmos apenas para as tendências, o futuro será mais tecnologia, mais IA, mais automação. Mas as contra tendências mostram um movimento igualmente forte: a busca pela humanidade, saúde mental, conexões sociais e qualidade de vida”, explicou Blasi.
Diante de um tempo de incertezas globais, a especialista ressalta que o principal recado do SXSW é que aqueles que souberem navegar por esse cenário, sem buscar respostas definitivas, estarão mais preparados para o futuro.
“Não é porque alguém disse que a IA vai dominar tudo que isso será a única realidade. Não é porque se fala na substituição por robôs que esse é o destino inevitável”, acrescentou Blasi.
Ainda segundo Blasi, lidar com aspectos como conexão humana, crise de solidão e valorização das relações sociais será uma forte tendência para os próximos anos.
Presente no SXSW, Scott Galloway, autor conhecido por análises sobre tecnologia, economia e sociedade, alertou sobre o aumento da solidão masculina como uma forte ameaça social, que pode levar a uma alienação em massa. Para as empresas, a crise de solidão e a alienação geram um mercado de consumo radicalizado, com impactos negativos nas decisões sociais e políticas. Galloway acrescentou que a maior ameaça da IA não está na tecnologia, mas em como diminui a autonomia humana e a capacidade de tomada de decisões.
Já Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa e liderança positiva, aponta que o grande desafio para as empresas agora é garantir que a tecnologia seja uma ferramenta para “empoderar profissionais, e não apenas para acelerar o trabalho”. Isso impacta diretamente o comportamento das lideranças. Segundo Rivetti, a conclusão das discussões confirma que lideranças bem-sucedidas “não são aquelas que cobram metas e resultados insistentemente”.
“Os líderes precisam criar segurança psicológica, gerar e passar confiança para seus times e agir com transparência”, afirmou a especialista.
Outro aspecto discutido no SXSW é que, segundo executivos, a adoção da IA pode reduzir até 8 horas de trabalho por semana. Mas essa transformação exige experimentação contínua e aprendizado em equipe.
“Muitas pessoas medem a produtividade com base no tempo dedicado ao trabalho, e não nos resultados alcançados. Como consequência, acabam trabalhando longas horas sem priorizar tarefas. A IA deve ajudar a liberar tempo para a inovação”, argumentou Rivetti.
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