Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|aeiou.expresso.pt|

Fazer roupa à prova de mosquitos e de raios ultravioleta é a arma da NG Wear para conquistar o mercado.




Na NG Wear, Manuel Pinheiro tem os mosquitos como principal aliado para aumentar as vendas
Na NG Wear, Manuel Pinheiro tem os mosquitos como principal aliado para aumentar as vendas
Nfactos/ Fernando Veludo

Porque é que a investigação sobre o dengue e a malária ultrapassou as fronteiras dos laboratórios médicos para conquistar a atenção da indústria têxtil?
No caso da NG Wear a resposta é simples: "Procuramos uma nova abordagem de vendas que combina moda e tecnologia em segmentos específicos de mercado", explica Manuel Pinheiro, administrador da empresa de Barcelos, que atua nos têxteis técnicos, tal como a BioDevices e a New Textiles.

Foi assim que nasceu a No Mosquito, marca principal desta têxtil criada há dois anos com a vocação de lançar conceitos e marcas técnicas para "responder a problemas concretos", designadamente na área da saúde.

"O objetivo é assumir a roupa como segunda pele e trabalhar soluções ao nível da proteção, inovação, imagem e conforto", afirma o administrador desta empresa, que integra, ainda, as marcas Sun Buddy (proteção de raios ultravioleta) e Color Fun (vestuário termocromático que altera a cor em função do calor).

No caso da No Mosquito, mais do que uma coleção de roupa capaz de repelir estes insetos num raio de 50 centímetros, a NG Wear apostou em aplicar uma solução nacional e assumiu a sua característica técnica na própria marca.

Na promoção das camisolas, calções, saídas de praia e redes mosquiteiras, a empresa não se esquece de referir "a estimativa de que os mosquitos transmitem doenças a 700 milhões de pessoas anualmente" e estão "em expansão, das regiões tropicais para outras latitudes".

Como há diferentes graus de risco, a oferta apresenta vários níveis de intensidade, do soft, suave, limitado a produtos naturais, ao strong, mais forte, destinado a "aplicações mais específicas e exigentes". Quanto ao preço, no caso das camisolas varia entre os €17 e os €29,90.

Europa e África são os principais alvos da marca, dirigida "a quem vive e a quem viaja em países de risco". Na fase de lançamento a Internet tem sido um dos canais de venda da empresa, que está a criar uma rede de distribuição para lojas monomarca, hotéis e
campos de golfe.

Integrada num grupo têxtil especializado em malhas, com 320 trabalhadores e um volume de negócios de €17 milhões, 65% do qual na exportação, a NG Wear espera vendas de €1 milhão em 2011 e confia no potencial de crescimento para se aproximar da dimensão da tinturaria Tinamar e das confeções Fergotex, Marvimalhas e Favima, no vales do Ave e
Cávado.

"Nascemos para dar corpo à estratégia de diversificação de um grupo tradicional, com o objetivo de criar marca e valor acrescentado e contribuir para aumentar o seu volume de negócios", afirma Manuel Pinheiro.

A próxima etapa a cumprir tem ainda os mosquitos na mira. Dando continuidade ao trabalho desenvolvido ao longo de dois anos em parceria com o CITEVE - Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal e o Instituto de Higiene e Medicina Tropical da
Universidade Nova de Lisboa, a empresa quer aumentar a longevidade do produto para além das 20 lavagens a que o repelente resiste atualmente. A gama de artigos também vai aumentar e contemplar soluções personalizadas para a hotelaria.

Apresentar no portefólio novas soluções, como o vestuário para controlar a humidade e temperatura, é mais um desígnio desta jovem empresa que vai apresentar a sua marca na Conferência Global Fashion (Moda Global): Contextos Criativos e Inovadores, a decorrer na
próxima semana, no Porto. A NG Wear estará a representar as empresas portuguesas ao lado da Natura Pura e da Parfois nesta conferência que junta a indústria e a universidade para promover anualmente o diálogo entre investigadores de todo o mundo sobre o fenómeno da moda e tem a sua edição de 2010 em Portugal, por iniciativa do Centro de Estudos de População, Economia e Sociedade da Universidade do Porto.


BioDevices atenta ao coração

Têxteis na guerra aos mosquitos



Fazer uma camisola que é simultaneamente um eletrocardiograma (ECG) ambulante é o projeto que suportou o nascimento da BioDevices, com origem no Instituto de Engenharia Eletrónica e
Telemática da Universidade de Aveiro. Constituída com a missão de desenvolver, comercializar e exportar soluções de engenharia biomédica para suporte ao diagnóstico médico, a empresa tem no VitalJacket o principal produto e continua a desenvolver novas versões desta camisola, que acaba de ser certificada no Brasil. Focada na cardiologia e monitorização do stresse, já permite seguir em contínuo durante um mês a
vida real do paciente e continua a encontrar novos caminhos, adaptando-se, por exemplo, a necessidades específicas de atletas e idosos, com softwares específicos para atuar em ginásios de reabilitação cardíaca, centros de alto rendimento e recuperação física intensiva.
Ainda este mês, na Feira Médica, em Dusseldorf, a empresa apresenta a última versão do VitalJacket, que permite fazer um ECG em ambulatório sem utilizar elétrodos descartáveis. A Biodevices não divulga, no entanto, os números do negócio.




New Textiles em defesa da pele

Têxteis na guerra aos mosquitos



Ajudar a combater doenças de pele e patologias como a psoríase é a aposta comercial da New Textiles, empresa de Guimarães que se estreou no mercado, em 2009, com a marca Skintoskin. Apresentada como
"adjuvante no tratamento e prevenção" de problemas dermatológicos, designadamente a pele atópica, a sua gama de roupa interior combina algodão, algas castanhas e prata e está à venda exclusivamente em
farmácias e parafarmácias. Em 2010, estreou-se em Espanha e espera entrar, ainda, no Reino Unido, Suécia e República Checa, para fechar o exercício com vendas de €500 mil. No próximo ano, as vendas deverão triplicar. Mesmo assim, a New Textiles fica aquém dos objetivos
inicialmente definidos (€3 milhões em 2011) devido ao atraso no lançamento de novos produtos. Com contactos em curso no Japão, EUA e Rússia, a empresa está a preparar o lançamento, ainda este ano, de uma camisola de tripla ação, para termorregulação, gestão de humidade e dermoproteção. No caminho de inovação na área dos têxteis técnicos e
funcionais que está a seguir, tem como parceiros a Universidade do Minho, o Hospital de São Marcos e a TecMinho - Interface da Universidade do Minho.




Texto publicado no caderno de economia do Expresso de 6 de novembro de 2010

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Comentário de Tadeu Bastos Gonçalves em 17 novembro 2010 às 8:10
Desconhecia a disponibilidade em mercado, pois sabia apenas das pesquisas. Como estão as negociações no Brasil? Pessoalmente, posso identificar parceiros interessados em explorar esta oportunidade, seja na produção dos têxteis, como na fabricação do vestuário e distribuição interna. Desejo contato.
Comentário de Aline Calixto em 17 novembro 2010 às 7:40
O que já era bom, ganha funções ainda melhores...é a tecnologia que se alia em prol de beneficiamentos indiscutiveis.

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